Em Ribeirão Preto para aplicação da primeira dose da vacina contra o novo coronavírus, o governador João Doria (PSDB) e o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, criticaram o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ministério das Relações Exteriores pela demora em solicitar a liberação da matéria-prima da CoronaVac para o governo chinês.
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O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, cobrou o presidente para que o ministério de Relações Exteriores tenha agilidade na negociação para continuar a produção no Brasil. Além das 6 milhões de doses entregues pelo Butantan ao ministério da Saúde para distribuição nos estados, o instituto conta com outras 4 milhões de doses que ainda precisam de liberação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
“Se a vacina agora é do Brasil, o nosso presidente tenha a dignidade de defendê-la e de solicitar, inclusive, apoio, para o seu ministério das Relações Exteriores na conversa com o governo da China”, declarou Dimas Covas, que ainda criticou o tratamento dado pelo governo federal ao imunizante.
“Até domingo (17), a vacina era a inimiga número um do nosso presidente. A vacina não valia nada porque era da China. Tremenda bobagem de quem não tem a menor noção. É a vacina que vai salvar milhões de brasileiros”, pontuou.
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Discurso parecido foi adotado pelo governador João Doria, que fez acusações ao presidente Jair Bolsonaro por não ter cooperado com o desenvolvimento da vacina no Instituto Butantan.
“Você negou a vacina, humilhou os chineses, desprezou a origem da vacina, desclassificando a ciência da China, desqualificando, também a ciência do Butantan”, disse o governador. Doria já havia dado declarações parecidas no último domingo, quando começou a imunização em São Paulo.
Na segunda-feira (18), Bolsonaro rebateu as críticas afirmando que a CoronaVac era a vacina do Brasil e não de “nenhum governador”.
Outro lado
Ainda no domingo, em entrevista coletiva, o ministro da Saúde Eduardo Pazuello, afirmou que a China não vinha dando celeridade aos documentos para exportação da matéria-prima da CoronaVac. “Estamos fazendo movimentos fortes, no nível diplomático, para encontrar onde está essa resistência e resolver o problema”, declarou.
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