Quem passa pela avenida Maurílio Biagi, após o viaduto Ayrton Senna da Silva, em Ribeirão Preto, deve reparar que as árvores do canteiro central estão sendo extraídas.
De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, trata-se de espécies exóticas invasoras, que estão sendo retiradas para a construção de uma ciclovia que integrará o programa Ribeirão Mobilidade.
Publicado no Diário Oficial da cidade desta segunda-feira (4), o preço atualizado do serviço é de R$ 1.035.327,58. O portal acidade on questionou a prefeitura sobre qual seria o motivo de não realizar um desvio dessa vegetação, mas ainda não obteve retorno.
A retirada da vegetação foi autorizada e está sendo feita nos termos da Deliberação do Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente) Nº 01/2018, que concedeu a Licença Ambiental Nº 43/2023, assim como a Intervenção em APP (Área de Proteção Permanente) Nº 104/2023.
As intervenções das APPs estão sendo feitas a partir do viaduto Ayrton Senna da Silva até a ponte que liga as avenidas Presidente Kennedy e Alzira Couto Machado na City Ribeirão.
Segundo a Autorização de Extração de Exemplares Arbóreos em Calçadas, emitido em Julho deste ano pela prefeitura, são 124 árvores autorizadas para extração. Dentre as espécies estão o Ipê-de-Jardim, a Leucena e a Albízia.
“Trata-se de uma APP associada ao córrego do Retiro Saudoso, a qual encontra-se em área urbana consolidada e em maior parte sem vegetação natural, ocorrendo algumas árvores isoladas destacando-se a predominância de espécies exóticas invasoras”, disse a pasta por meio de nota.
VEJA TAMBÉM
Desfile de Sete de Setembro muda expediente em Brasília; Entenda
Após sete anos, Sevandija terá futuro definido por ministros do STF
Espécies Exóticas Invasoras
O ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) explica que as espécies exóticas invasoras são aquelas plantas – e animais – que estão fora da sua área de distribuição natural e que ameaçam hábitats, serviços ecossistêmicos, e a diversidade biológica, causando impactos em ambientes naturais.
Conforme explicação do instituto vinculado ao MMA (Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima), as plantas exóticas invasoras competem com espécies nativas por espaço ou impedem o crescimento de plantas nativas, diminuindo a diversidade de flora e até da fauna local, pois muitas vezes não fornecem alimento ou são tóxicas.
Prefeitura diz que haverá compensação
Apesar de chamar atenção a quantidade de árvores que serão retiradas do local, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente afirma que fará a compensação dessa vegetação que está sendo extraída.
De acordo com a pasta, 2.670 árvores serão replantadas. “Parte da compensação deverá ser realizada como plantio para recompensação da própria APP e composição paisagística do complexo, conforme delimitado na licença ambiental”.
O restante será distribuído entre plantios e doação de mudas ao Horto Municipal, 1.050 árvores segundo a relação de Autorização de Extração de Exemplares Arbóreos.
LEIA MAIS
Espaguete à carbonara: confira receita da Ana Maria com bacon e parmesão