A Câmara de Ribeirão Preto recebeu, na sessão desta quinta-feira, 27 de maio, projeto da Prefeitura de Ribeirão Preto que autoriza um aporte financeiro de R$ 17 milhões ao Consórcio PróUrbano.
Segundo a Prefeitura, o repasse se justifica pelas perdas na arrecadação que o transporte coletivo urbano teve ao longo de 15 meses de pandemia. Segundo a prefeitura, além da queda de demanda, está sendo levado em consideração a necessidade de veículos extras para evitar as aglomerações.
A intenção do Executivo, de repassar recursos ao PróUrbano, não agradou alguns vereadores. “Me espanta o valor porque revela que a prefeitura tem dinheiro em caixa. Me espanta ainda mais o fato do prefeito entender que a prioridade são as empresas de ônibus e não os leitos de UTI, fato que assola a nossa população no momento. Dinheiro suficiente para manter mais de 400 leitos ativos por 12 meses”, disse o vereador Lincoln Fernandes (PDT).
“Discordo que a Prefeitura tente ‘indenizar’ o PróUrbano retroagindo a março de 2020, porque o que se vê, desde então, é aglomeração nos ônibus. Se o prefeito vai ordenar o fim delas, a partir de agora, que se estude um possível pagamento da diferença, entre a arrecadação e o custo real do sistema, a partir de agora, e apresente um novo projeto à Câmara. A Prefeitura e a Transerp nunca publicaram os números para apuração do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, portanto, não é assunto a ser tratado de maneira emergencial. Da forma como está o projeto, votarei contra”, disse o vereador Marcos Papa (Cidadania).
Já o presidente da Câmara, Alessandro Maraca (MDB), disse que ainda vai ler todo o projeto para emitir uma opinião. Como não foi feito pedido de urgência, ainda não há data para a votação.
A proposta e a greve
De acordo com o projeto, a Prefeitura repassaria imediatamente ao PróUrbano a quantia de R$ 7 milhões e pagaria outras cinco parcelas de R$ 2 milhões cada uma.
A estratégia de subsidiar o transporte coletivo urbano durante a pandemia, para evitar um colapso das empresas, já foi adotada desde 2020 em outras cidades do Brasil.
No momento, os motoristas de ônibus de Ribeirão Preto estão em greve porque ocorreu um atraso do pagamento da vale do dia 20 de maio. O PróUrbano propôs acertar o pagamento no quinto dia útil de junho, o que foi rejeitado pela categoria.
A greve, por enquanto, não está prejudicando a população porque a Prefeitura suspendeu o serviço de transporte coletivo urbano por cinco dias para tentar conter o aumento de casos da covid-19.