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vacinasPrimeira vacina brasileira contra a covid tem resultado positivo

Primeira vacina brasileira contra a covid tem resultado positivo

Butanvac, produzida pelo Butantan e com testes em Ribeirão Preto, é segura e apresenta alta resposta imunogênica, indicam estudos preliminares

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A vacina Butanvac (Foto: Governo do Estado de São Paulo)
A vacina Butanvac (Foto: Governo do Estado de São Paulo)

A Butanvac, primeira vacina contra a covid-19 com produção integral no Instituto Butantan, é segura e altamente imunogênica. É o que aponta um artigo publicado na plataforma de preprints MedRxiv, com base em estudos preliminares descritos por pesquisadores da Universidade Mahidol, de Bangkok, na Tailândia, da Icahn School of Medicine do Hospital Mount Sinai, de Nova York, e da Universidade do Texas, em Austin, ambas dos Estados Unidos. 

O imunizante, que é chamado internacionalmente de NDV-HXP-S, é testado no Vietnã, na Tailândia e no Brasil. De acordo com o estudo, todas as formulações da vacina foram bem toleradas nos voluntários que tomaram duas doses com intervalo de 28 dias. O estudo contou com a participação de 210 voluntários, sendo 82 homens e 128 mulheres com idades entre 18 e 59 anos. 

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Foram registrados efeitos adversos em menos de um terço dos participantes, sem nenhuma ocorrência grave. Os sintomas mais frequentes foram dor e sensibilidade (mais comuns aos que receberam maior dosagem), além de fadiga, cefaleia e mialgia.  

A fase 1 do ensaio clínico atestou a segurança da vacina e a seleção da dosagem que desperta a melhor resposta no organismo. Os cientistas constataram uma resposta imunológica marcante duas semanas após a aplicação da segunda dose da vacina. 

Os testes envolvendo voluntários tiveram diferentes dosagens para avaliar a capacidade de proteção do novo imunizante produzido no Instituto Butantan. Aqueles que receberam a dosagem de um micrograma tiveram concentração média de imunoglobulinas IgG anti-S de 151,7 BAU/ml (unidades de anticorpos de ligação por mililitro). 

De forma similar, 14 dias depois da segunda dose, as concentrações de NT50 (título neutralizante a 50%) foram consideráveis. Com base nos resultados do estudo, duas formulações foram selecionadas e devem ser avaliadas na próxima etapa do ensaio clínico, a fase 2. 

“A vacina inativada tem um perfil de segurança aceitável e é altamente imunogênica. Esta vacina pode ser produzida a baixo custo em qualquer instalação projetada para a produção da vacina inativada do vírus da influenza”, explicam os autores do artigo. 
 

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Testes no Brasil 

No Brasil, os ensaios clínicos da Butanvac também já estão em andamento. A etapa A da fase 1 está sendo realizada em Ribeirão Preto, Guaxupé-MG, São Sebastião do Paraíso-MG e Itamogi-MG. Os trabalhos são conduzidos pelo Instituto Butantan, com apoio do Governo de São Paulo. 

Para participar, é preciso ter mais de 18 anos, nunca ter tido COVID-19, não ter sido vacinado contra o SARS-CoV-2, não ser alérgico a ovos e frango e não estar grávida ou ser lactante. Na etapa B, poderão participar inclusive pessoas vacinadas ou que já tenham sido infectadas pelo SARS-CoV-2. 
 

Sobre a ButanVac 

A Butanvac é desenvolvida a partir da inoculação de um vírus modificado da doença de Newcastle que contém a proteína Spike do SARS-CoV-2 estabilizada. Como este vírus infecta aves e é inofensivo em humanos, ele replica muito bem em ovos embrionados de galinhas mesma tecnologia da vacina contra a influenza (gripe). 

Além de ser barata e muito disseminada, essa técnica é uma especialidade do Butantan: o instituto produz anualmente 80 milhões de vacinas da gripe usando ovos. A Butanvac é resultado de um consórcio internacional que envolve a organização PATH Center for Vaccine Innovation and Access, a Icahn School of Medicine no Mount Sinai em Nova York e a Universidade do Texas.

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