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CoronavírusAnálise inicial do Ministério da Saúde prevê três parâmetros em estudo sobre retirada de máscaras

Análise inicial do Ministério da Saúde prevê três parâmetros em estudo sobre retirada de máscaras

Avanço da vacinação, cenário da pandemia e ocupação de leitos devem ser observados; possibilidade, porém, ainda não tem prazo

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Ministro Queiroga (Foto: Luciano Claudino/Código 19)

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Uma análise inicial feita pelo Ministério da Saúde aponta três parâmetros que devem ser considerados em um possível protocolo para desobrigar, no futuro, o uso de máscaras no país.

Entre esses critérios, está a taxa de ocupação de leitos pela Covid-19, o cenário epidemiológico –como o número de novos casos e curva de contágio– e o avanço da imunização contra a doença.

O estudo, porém, não tem prazo para ser concluído, e representantes da pasta reforçam que a recomendação para uso da proteção e de outras medidas de prevenção segue mantida.

Internamente, a avaliação também é que a medida ainda deve demorar para ocorrer, diante do cenário de alto número de casos e necessidade de acelerar a vacinação.

A análise ocorre após o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmar no início deste mês ter pedido ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, um parecer para desobrigar o uso de máscaras entre pessoas já vacinadas ou que já tinham tido infecção pela Covid –na contramão do que recomendam especialistas, que reforçam a necessidade de manter a proteção.

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Na época, logo após a fala do presidente, o ministro disse que o país precisava avançar na vacinação para adotar a medida. Em seguida, porém, confirmou que a pasta faria um estudo sobre o tema e atribuiu o pedido do presidente a medidas adotadas em outros países.

“O presidente acompanha o cenário internacional e vê que em outros países onde a campanha de vacinação já avançou as pessoas já estão flexibilizando o uso das máscaras, e me pediu que fizesse um estudo para avaliar a situação aqui no Brasil”, disse. “Então vamos atender a essa demanda do presidente Bolsonaro, que está sempre preocupado em relação a pesquisas”, completou à época, em tentativa de amenizar críticas.

A análise inicial foi feita pelo Decit (departamento de ciência de tecnologia), que é ligado à secretaria de ciência e tecnologia da pasta, e apresentada nos últimos dias à secretaria-executiva.

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, confirma os critérios, mas diz que a medida não tem prazo.

“Isso foi uma primeira análise que a área técnica fez com base na revisão da literatura, e identificou que esses são basicamente os três parâmetros observados para a flexibilização dessas medidas, que é o percentual de ocupação dos leitos, o cenário epidemiológico, com a curva de contágio, e o avanço da vacinação”, afirmou à Folha.

Segundo ele, ainda não há uma definição, porém, de como seriam combinados esses critérios –nem de quando um protocolo poderia ser aplicado.

“O que vimos é que, nos locais onde já houve a flexibilização, o que os especialistas apontam é que essas são as três variáveis que devem ser observadas”, afirma ele. “Mas ainda é muito prematuro dizer quando vai acontecer. A recomendação do Ministério da Saúde ainda é a utilização das medidas não farmacológicas, como máscaras, distanciamento físico e higienização das mãos”.

Desde que assumiu o cargo, o ministro da Saúde tem reforçado em discursos a necessidade do uso de máscaras. Ao mesmo tempo, porém, Queiroga tem evitado se contrapor diretamente ao presidente quando questionado sobre a postura do chefe, que frequentemente vai a eventos sem o uso da proteção.

Neste sábado (26), por exemplo, ao participar de uma motociata em Chapecó (SC), Bolsonaro novamente promoveu aglomeração e cumprimentou apoiadores sem utilizar máscara.

Já em visita ao Rio Grande do Norte na quinta-feira (24), Bolsonaro não só não usou a proteção, como chegou a abaixar a máscara de uma criança de colo ao cumprimentar apoiadores e também incentivou uma menina de 10 anos a retirar a sua proteção contra a Covid-19 durante um ato oficial do governo.

Embora tenha dado um pontapé inicial em estudos, Queiroga tem repetido a interlocutores, quando questionado sobre o tema, que há outras prioridades à frente da pasta no momento.

Desde que foi citada pelo presidente, proposta também tem sido alvo de críticas de especialistas, que descartam qualquer espaço para a medida neste momento e reforçam que mesmo ações em outros países não têm consenso. A avaliação é que o ritmo de vacinação no Brasil ainda é baixo e que mesmo quem já foi vacinado ainda pode contrair a doença, daí a necessidade de manter o uso de máscaras.

Até o momento, 15,7% da população adulta recebeu duas doses da vacina contra a Covid-19, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa.

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