Cientistas do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da USP, descobriram que um medicamento já disponível no mercado para esclerose múltipla pode ser usado na estratégia de combate à Covid-19.
O estudo, publicado em revista internacional no mês passado em parceria com o Instituto de Ciências Biomédicas da USP, mostra que o fingolimode transformado em nanocápsula teve efeitos promissores com “alta atividade” contra o Sars-CoV-2.
Outros medicamentos já se mostraram promissores contra o novo coronavírus – e inclusive foram aprovados por autoridades reguladoras brasileiras-, como os casos do Remdesivir, Baricitinib e os anticorpos monoclonais RegenCov.
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Segundo o IFSC, o potencial do Fingolimode foi percebido em verificação de literatura científica de estudo que constatou que pacientes portadores de esclerose múltipla e tratados com fármaco manifestaram apenas leves sintomas de Covid-19.
Segundo as pesquisadoras Renata Miranda e Natália Ferreira, co-autoras do trabalho, “a nanotecnologia é capaz de potencializar o efeito biológico do fingolimode sem trazer efeitos adversos nas células saudáveis”.
Na sua versão em nanocápsula, o fingolimode demonstrou uma alta atividade contra o vírus da Covid-19, sendo sua atividade quase setenta vezes maior do que o tratamento medicamentoso convencional.
Para Valtencir Zucolotto, professor e coordenador do GNano/USP e supervisor da pesquisa, “O trabalho ilustra o poder da nanotecnologia ao demonstrar que princípios ativos encapsulados em nanopartículas são adequadamente direcionados, aumentando assim o seu poder terapêutico”.
Adicionalmente, a tecnologia proposta garante um custo acessível uma vez que a dose necessária para o efeito biológico é bastante reduzida, afirmam. Esta nanocápsula de fingolimode proporciona ainda um tempo prolongado de ação, evitando a necessidade de administrações repetidas aos pacientes.
Com base nessas descobertas através da pesquisa apoiada pela Capes, a combinação do reaproveitamento de fármacos e da nanotecnologia representa uma nova linha de frente na luta contra a Covid.
Zucolotto ressalta, ainda, que efeitos semelhantes têm sido observados em vários sistemas nanoestruturados para liberação de outros princípios ativos, tanto em medicina, quanto em agricultura e veterinária, garantindo maior eficácia, segurança, e menor custo.
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