Com 473 novos casos para cada 100 mil habitantes, a região de São Carlos (SP) tem o maior índice de novos infectados pelo novo coronavírus do Estado de São Paulo. A informação foi dada pela gestão João Doria no início da tarde desta sexta-feira (19).
Em comparação com o relatório do Plano São Paulo realizado em 5 de fevereiro, houve aumento de 17% na taxa de novos casos para cada 100 mil habitantes.
Entre as duas datas, a taxa de novas ocupações para cada 100 mil habitantes aumentou em 34,4% no Departamento Regional de Saúde de Araraquara (DRS-3). O valor passou de 58,7 para 78,9 novas internações para cada 100 mil no período de 14 dias.
O aumento do índice de internações impactou diretamente na taxa de ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) da região. Mesmo com a maior disponibilidade de vagas, fruto de instalação de UTIs em São Carlos, o nível de ocupação permaneceu estável. Para Araraquara, o Estado anunciou a abertura de 70 novos leitos, sendo 30 de UTI com suporte ventilatório.
O número de leitos habilitados para cada 100 mil habitantes passou, na região, de 13,3 para 16,4 no período de duas semanas. Já a ocupação teve ligeira redução de 85,7% para 84,7%.
A ocorrência de novas mortes por Covid-19 para cada 100 mil habitantes cresceu em 44,6% entre as duas semanas. O índice passado, de 7,4, evoluiu para 10,7 neste espaço de tempo. A área abrangida pelo DRS-3 somou, até a tarde de quinta-feira, 665 mortos por Sars-CoV-2, de acordo com a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade).
Entre as duas semanas, a epidemia do novo coronavírus ganhou ares mais dramáticos, com a evolução do número casos em São Carlos e Araraquara e chegada de uma nova cepa do vírus à região. Segundo a Prefeitura de Araraquara, metade dos novos casos registrados por lá podem ser atribuídos à nova variante.
Em São Carlos, as discussões sobre o endurecimento das restrições à circulação de pessoas não prosperaram, mesmo com recomendações no meio científico. Para médico epidemiologista Bernardino Alves Souto, a há grandes probabilidades de a nova cepa estar na cidade. Já Rodolpho Telarolli Júnior, médico sanitarista, a história de Araraquara “pode se repetir” por aqui.
Na rede pública de saúde, quase um em cada três testes PCR de Covid-19 deram positivo em janeiro, segundo levantamento realizado por ACidade ON com base em dados da Prefeitura. Em fevereiro, a prevalência de positivos entre os resultados caiu para 21,6%. Esse argumento, inclusive, foi usado pelo chefe do Comitê Emergencial de Combate ao Coronavírus, Mateus de Aquino, ao apontar uma redução no número diário de novos casos reportados.