Com a mudança no protocolo de testagem de Covid-19 em São Carlos (SP), os pacientes com sintomas gripais estão sendo contabilizados como positivados para a doença mediante avaliação médica. Atualmente, apenas sintomáticos que se enquadram nos fatores de risco estão sendo testados.
A alteração gerou polêmica, dúvidas e até preocupação entre a população, principalmente na possibilidade de subnotificação de positivados. No entanto, segundo a diretora de Vigilância em Saúde Crislaine Mestre, os casos continuam sendo monitorados e notificados, mas agora mediante critérios clínicos e epidemiológicos avaliados no Centro de Triagem do Ginásio Milton Olaio.
“Os pacientes que passam com sintomas de síndrome gripal, o médico vai fazer uma avaliação, se ele se enquadrar como síndrome gripal ou suspeito para Covid, ele já vai ser diagnosticado como Covid por critérios clínicos e epidemiológicos. Ele vai aparecer no nosso sistema como caso positivo, porém, somente alguns serão testados, então vamos ter positivos por testes e de forma clinica epidemiológica”, explicou.
Em casos familiares onde uma pessoa da casa testou positivo para a doença e a outra não foi testada, mas segue em isolamento e sendo monitorada, Crislaine explica que o segundo morador só será considerado positivo em caso de sintomas.
“A gente tem um período de 10 dias para que você venha a desenvolver esses sintomas. Caso nesse período você apresente, o médico vai fazer uma avaliação e vai inserir você como positivo por critérios clínicos epidemiológicos”, informou. Neste caso, o atestado médico deve ser fornecido para todos que residem no mesmo local.
Entenda a decisão
De acordo com Crislaine Mestre, a cidade é contemplada com testes, mas não na quantidade que é necessário para fazer a testagem ampliada. Por conta disso, o Comitê Técnico definiu planos de contingência para poder seguir com a testagem.
Atualmente, o município está no Plano C, que consiste na avaliação de todos os casos de síndrome gripal e testagem nas pessoas que apresentem fatores de risco e podem ter um agravamento de sintomas devido à vulnerabilidade.
“Nós temos também o Plano D. Caso a gente avance na testagem e ainda não receba novos lotes de testes, serão testadas as pessoas que tiverem casos graves e moderados de síndrome gripal e que estarão nos leitos das unidades de pronto atendimento, aguardando leitos ou pacientes internados”, explicou.
Crislaine reforçou que acredita que a cidade receba mais testes e que não chegue a aplicar o último plano. “Não é que a gente está limitando os testes, a gente está utilizando esses recursos de forma mais adequada para contemplar a população mais vulnerável com relação aos fatores de risco”, concluiu.