Na região norte do Brasil, a falta de oxigênio nos hospitais públicos matou dezenas de pessoas. Trazendo essa preocupação para São Carlos (SP), os hospitais municipais garantem que o município não deve sofrer com esse problema.
No Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos (HU-UFSCar), foi identificado aumento no consumo de oxigênio. Em relação ao período anterior à pandemia, houve um aumento de 125% no consumo de oxigênio líquido e 50% no oxigênio gasoso em cilindros.
Segundo a administração do hospital, os estoques são constantemente repostos, conforme o consumo. Até o presente momento, a empresa responsável pelo fornecimento de gases vem cumprindo rigorosamente o contrato e não houve sinalização de dificuldades nessa reposição.
Além disso, de acordo com a unidade, o HU-UFSCar possui sistema de reserva em redundância, isto é, na se faltar oxigênio líquido no tanque, há baterias de cilindros de oxigênio gasoso que são ativados automaticamente pelo sistema de distribuição de oxigênio.
Na contramão
Já na Santa Casa de São Carlos, não houve um aumento tão significativo no consumo de oxigênio, já que o hospital já atendia todas as demandas de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Everton Beggiato, diretor de operações da Santa Casa, comentou sobre o estoque do hospital e o motivo de não ter acontecido um aumento no consumo de oxigênio durante a pandemia.
“O estoque atual de oxigênio da Santa Casa está em 6 mil metros cúbicos, a nossa capacidade operacional que utilizamos mensalmente é em torno de 24 mil metros cúbicos. Esse quantitativo está distribuído em um tanque de oxigênio que fica na maternidade, e no hospital temos outros dois tanques. Cada um desses, além as reposições de logística, a gente também trabalha com backup de segurança, que são cilindros que ficam na retaguarda caso dê pane no sistema ou alguma falta”, explicou.
Neste mês, a Santa Casa atingiu lotação máxima de UTI/SUS Covid por diversos dias e até chegou a criar quatro novos leitos para atender a demanda. No entanto, segundo Beggiato, o hospital não teve uma demanda tão alta no uso do oxigênio.
“No decorrer da pandemia a gente não identificou um aumento expressivo. Na leitura que faço é porque acredito que a gente não teve na cidade grandes picos de internação que demandaram esse consumo, mas a gente não tem essa carência de desabastecimento”, finalizou.