A situação atual da epidemia de Covid-19 em São Carlos (SP) é pior até mesmo do que no pico de março, na avalia o vice-presidente da Unimed São Carlos, Ivan Linjardi.
A cooperativa publicou, nesta quarta-feira (9), uma nota apelando para a população colaboração no isolamento social em um momento apontado como crítico.
“A situação que estamos atualmente eu avalio como a pior até agora, baseado no aumento do número de casos dos últimos dias e da média móvel que está bem alta, maior do que no último pico em março, abril”, comenta.
Segundo o médico, o cenário de aumento do número de casos é pior pois os leitos estão ocupados. Hoje a Unimed informou que a UTI estava com ocupação de 150%, ou seja, parte dos pacientes que tiveram a doença e não estão mais em fase de transmissão está em leitos com pacientes de outras enfermidades.
“São internações muito longas, como são pacientes que demoram para receber alta, tanto os pacientes de UTI quanto os de enfermaria. Hoje estamos saturados de pacientes. Então esse aumento nos casos vai provavelmente acarretar em aumento de pessoas que necessitam de internação”, relata.
O panorama de saturação das alas do hospital traz incertezas sobre o mês de junho. “A preocupação é que a gente não consiga suportar esse número de pessoas no atendimento”.
Praticamente todas as ações que poderiam ser feitas para aumentar a capacidade hospitalar foram tomadas, de acordo com Linjardi. Com leitos de UTI Covid triplicados desde o começo da pandemia, a cooperativa lida ainda com o cansaço físico e psicológico dos profissionais da linha de frente.
“Nossos profissionais estão esgotados, trabalhando excessivamente desde o ano passado, principalmente a partir de setembro. Aumentou muito o número de afastamentos de funcionários e colaboradores, o que sobrecarrega os que ficam, mesmo com muitas contratações.”
O vice-presidente da cooperativa chamou à ação os governos estadual e municipal e pediu colaboração da população. O maior recado do momento, segundo Linjardi, é que “a pandemia não acabou”.
“Na minha opinião, o mês de junho está mais ou menos definido o que vai acontecer. Então ações preventivas que acontecessem hoje teriam replicação só em três semanas, minha preocupação é essa”, finaliza.