A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo confirmou nesta quinta-feira (5) os dois primeiros casos de Covid-19 provocados pela subvariante XQ, combinação das sublinhagens BA 1.1 e BA.2. Até o momento, 49 casos já foram registrados na Inglaterra e país de Gales.
Os casos aconteceram no município de São Paulo e foram identificados pelo Instituto Butantan. Até o momento, o balanço da Vigilância Epidemiológica aponta mais de 10 mil casos da variante Ômicron e suas sublinhagens.
A secretaria ainda informou que a Vigilância estadual, por meio do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), monitora, acompanha e auxilia nas investigações, em tempo real de todas as Variante de Preocupação (VOC = Variant Of Concern), tais como Delta, Alpha, Beta, Gamma e a Ômicron.
“O comportamento de um vírus pode ser diferente em locais distintos em virtude de fatores demográficos e climáticos, por exemplo. As medidas já conhecidas pela população seguem cruciais para combater a pandemia do coronavírus: higienização das mãos (com água e sabão ou álcool em gel); distanciamento social; e a vacinação contra a Covid”, diz a nota.
O que se sabe sobre as subvariantes da ômicron
A variante ômicron do vírus SARS-CoV-2 tem ao menos quatro subtipos em circulação no mundo, as sublinhagens BA.1, BA.1.1, BA.2 e BA.3. A variante original (BA.1) foi detectada pela primeira vez na África do Sul, e até 17 de março deste ano correspondia a 99,8% das amostras sequenciadas no mundo, sendo ultrapassada pela BA.2 que se tornou a sublinhagem da ômicron mais incidente no mundo.
Segundo a GISAID, plataforma mundial de monitoramento de variantes do SARS-CoV-2, 86% dos casos sequenciados de Covid-19 em todo o mundo são da sublinhagem BA.2 da ômicron, enquanto a BA.1.1 corresponde a 9% das amostras sequenciadas, a BA.1 a 4% e a BA.3 a menos de 0,1%.
Segundo a OMS, a BA.2 tem se espalhado com maior intensidade na Europa, no Mediterrâneo Oriental, e em alguns países africanos, do sudeste asiático, do pacífico ocidental e das américas. O crescimento de casos de BA.2 nestas regiões vem de forma constante desde o final de 2021 e, nos últimos 30 dias, ela passou a ser a linhagem dominante no planeta.
No Brasil, a BA.1 ainda predomina, embora casos de BA.2 cresceram 27,2% entre os dias 27 de fevereiro e 19 de março, segundo levantamento realizado pelo Instituto Todos pela Saúde. Em fevereiro, a Fiocruz detectou casos da linhagem BA.2 da ômicron no Rio de Janeiro e em Santa Catarina, por meio de sequenciamento genético.
No entanto, os números absolutos de casos das linhagens BA.1 e BA.1.1, bem como um platô aparente no número absoluto de casos de BA.2, indicam uma tendência recente de queda na incidência dessas variantes da ômicron desde o início de 2022, informou a OMS em seu último boletim epidemiológico.