
O caso foi denunciado pelo vereador em redes sociais e na Câmara Municipal. Na tribuna, o parlamentar afirmou que encaminharia denúncias ao Ministério Público e também à Coordenadoria Estadual de Políticas para a Diversidade Sexual da Secretaria Estadual da Justiça e Cidadania. "A gente não pode aceitar isso como natural, essa síndrome infantiloide de quinta série. O empresário faz o que quer? Bom, se não for crime pode até fazer. E o consumidor pode fazer o que quiser também."
O caso veio à tona na semana passada em uma postagem do psolista em redes sociais. A foto do estacionamento subterrâneo da loja de doces mostra que o numeral 24 foi substituído pelo 17. A sequência 23, 17 e 25 causou estranheza. O numeral 24 é jocosamente associado a homossexuais, enquanto o 17 era a legenda do presidente Jair Bolsonaro nas últimas eleições.
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Na segunda-feira (20), a equipe do acidade on São Carlos esteve no local e constatou que a sequência numérica do estacionamento só apresenta ausência no 24. O adesivo do 17 voltou para o local habitual, antecedendo o 18. A mudança após a denúncia foi constatada pela marca do adesivo antigo que deixou um círculo na parede empoeirada.
O assunto rendeu discussões nas redes sociais. Entre os posicionamentos, uma seguidora afirma: "Infantil mesmo. Parece até que quem colocar na 24 vai virar gay. O povo se supera nas manifestações de preconceito".
O que diz a empresa
O empresário Paulo Sérgio Ramires, diretor da Doces Tiquinho, classificou como "brincadeira de mau gosto" o ocorrido na unidade da rede na Avenida São Carlos.
"A empresa não tem muito o que se manifestar em relação a esse assunto. Isso foi um furto que aconteceu, uma brincadeira de mau gosto de alguém que substituiu essa placa. A placa já está restabelecida, está em seu lugar", afirmou.
O empresário afirmou que encara a questão da sexualidade "com muita naturalidade" e que "há funcionários na loja que são homossexuais".
Mês da Diversidade
A polêmica em torno do número 24 e o preconceito contra homossexuais acontece no mês da Diversidade Sexual. Em 28 de junho é comemorado o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAP+. A data relembra episódio ocorrido em 1969 em que frequentadores do bar Stonewall Inn realizaram levante contra as sequenciais batidas policiais motivadas pela intolerância.
No Brasil, o número 24 é informalmente associado a homossexuais. A explicação mais comum é que o numeral representa o animal veado no jogo do bicho.
A homofobia envolvendo o 24 gerou controvérsias que causou até questionamento da Justiça sobre a ausência da dezena em camisas usadas por jogadores da seleção brasileira nos jogos da Copa América, no ano passado.
No Senado Federal - casa legislativa que remonta à casa dos anciões da Roma Antiga, e portanto, guardiã da sabedoria da república clássica - o gabinete do famoso número ficou sumido por quatro anos, relatou a Folha em 2019.
Homofobia e transfobia são crimes
Em 2019, o Supremo Tribunal Federal decidiu que atos preconceituosos contra homossexuais e transexuais são enquadrados como crime de racismo.
A criminalização prevê que "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito em razão da orientação sexual da pessoa poderá ser considerado crime". A pena é de um a três anos, com multa.
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