A administração da Fazenda Água Sumida, em Brotas, entrou com um pedido judicial para retomar a tutela sobre o rebanho de búfalas e vender parte dos animais.
Os proprietários da fazenda alegam que, para sustentar as mais de 1 mil búfalas, é necessário vender a parte do rebanho que se encontra em melhores condições de saúde para arrecadar recursos capazes de manter o restante dos animais.
Segundo os proprietários, a venda dos animais se enquadra na política de pecuária sustentável, em que os bezerros desmamados e as búfalas adultas que apresentam um bom “score corporal”, ou seja, que estão sadias, devem ser vendidos para o abate e para a produção de leite.
A administração da fazenda apresenta como premissa, ainda, a questão de que é inviável a manutenção de tantos animais, principalmente aqueles que ainda se encontram debilitados e fracos, sem a prática da pecuária sustentável.
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A ONG Ara, responsável pela tutela dos animais há mais de 7 meses, contra argumenta que tem sustentado as búfalas com recursos provenientes de doações e não dos donos da fazenda e que muitos animais ainda necessitam de cuidados e que, portanto, não podem ser vendidos.
Além disso, a ONG se auto afirma como adepta do veganismo, reprimindo veementemente a venda de animais para sustentar a indústria de carne e de produção de laticínios.
De acordo com a advogada da ONG, Antilia da Monteira Reis, a instituição firmou uma parceria com cerca de 3 mil padrinhos que se comprometeram com a doação de R$ 50 reais por búfala durante o período de um ano.
Dessa forma, o dinheiro arrecadado seria suficiente para manter o rebanho sem, no entanto, ter de submetê-lo ao abate.
Entenda o caso
A polêmica data de novembro de 2021, quando os cerca de 1 mil animais foram encontrados em situação de abandono e maus-tratos, sendo que vários já estavam mortos e enterrados em valas na fazenda.
A denúncia chegou à Polícia Ambiental que multou o proprietário da fazenda por diversas vezes. O caso foi à julgamento e resultou na prisão de Luiz Augusto Pinheiro de Souza pela segunda vez em janeiro deste ano.
O caso ganhou grande repercussão no cenário nacional e na internet, mobilizando apoiadores da causa animal e do veganismo, incluindo celebridades como Xuxa Meneghel, Luísa Mell e Luana Piovani.
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