O Tribunal do Júri começa a julgar na terça-feira (17), Cícero Alves Peixoto e Manuel Bento Santana da Cruz, acusados de assassinar o então prefeito de Ribeirão Bonito, Francisco Campaner, e pela tentativa de homicídio de outras duas vítimas, em dezembro de 2019.
O julgamento começa às 9h e está previsto para dois dias, a depender da duração dos depoimentos. Segundo o TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo), foram arroladas duas vítimas e 25 testemunhas para serem ouvidas, uma de acusação e 24 comuns às partes.
O Conselho de Sentença será formado por sete jurados, que são sorteados momentos antes do início do julgamento, que por sua vez será presidido pelo juiz Victor Trevizan Cove.
Os réus respondem por homicídio por motivo torpe; traição, de emboscada ou recurso que dificulte defesa; para assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime; e crime consumado.
RELEMBRE O CASO
O prefeito Francisco Campaner (PSDB) foi assassinado com quatro tiros na tarde no dia 26 de dezembro de 2019, em uma estrada de terra na zona rural do município de Ribeirão Bonito. O chefe do gabinete, Edmo Gonçalo Marchetti, e o amigo Ary Santa Rosa, também foram baleados.
Na época, o delegado Geraldo Souza Filho coordenava as investigações e, em entrevista coletiva, informou que o crime teria sido motivado pelo cancelamento de um contrato verbal de transporte escolar e a falta de pagamento de serviços prestados à prefeitura.
VERSÕES DOS SUSPEITOS
A Polícia Civil chegou até um dos suspeitos, o vigilante Cícero Alves Peixoto, no dia 2 de janeiro, na capital paulista. Ele confessou a participação, mas negou ter sido autor dos disparos e apontou autoria do empresário do setor de transporte, Manuel Bento Santana da Cruz.
O empresário se entregou à polícia no dia 3 de janeiro e, em primeiro depoimento, negou envolvimento no assassinato do prefeito. Depois, ele mudou sua versão dos fatos e admitiu que estava no local do crime.
Em fevereiro de 2020, os dois suspeitos envolvidos participaram de uma acareação e mantiveram versões divergentes sobre quem atirou em Chiquinho Campaner. A reconstituição do crime foi feita no mesmo dia e os dois foram levados ao local do crime, mas apenas o vigilante Cícero Alves Peixoto aceitou participar.
PRISÕES PREVENTIVAS
Os dois réus permanecem em prisão preventiva desde janeiro de 2020. Segundo o TJSP, a prisão preventiva foi mantida por se tratar de um delito extremamente grave e violento, que “denota a periculosidade dos réus”.
A sentença que determinou o Tribunal do Júri foi pronunciada em novembro de 2021 e a última audiência de instrução aconteceu em julho deste ano.