Longe das cozinhas, o açafrão-da-terra, conhecido tempero, ganhou roupagem nanotecnológica e foi parar nos laboratórios da Embrapa Instrumentação, onde virou um curativo com efeitos bactericidas.
O desenvolvimento ainda está em escala laboratorial. Os cientistas usaram uma propriedade já conhecida da curcumina, substância encontrada no açafrão-da-terra, e potencializaram-na com a aplicação de nanofibras que podem ser mais de mil vezes mais finas do que um fio de cabelo.
Segundo o pesquisador Daniel Correa, a união com a nanofibra permite que a curcumina seja liberada de forma lenta, permitindo os efeitos bactericidas, antioxidante e anti-inflamatória sejam vistos por mais tempo. “E também consegue impedir a penetração de bactérias externas”.
Outra vantagem do curativo desenvolvido na Embrapa é a sua biodegradabilidade. “Agora buscamos parceiros especialmente na iniciativa privada interessados em colaborar conosco avançando na etapa de desenvolvimento para conseguirmos maior escalas e até ensaios clínicos. Tem um caminho para levarmos até o mercado”, resume.
O projeto contou ainda com colaborações de pesquisadores da UFSCar e do Instituto de Física de São Carlos, da USP.