Se alguém dissesse que um importante templo religioso local fica no cruzamento da Rua do Comércio com a Rua da Mata, você conseguiria identificar?
O que não faz sentido algum hoje, antigamente era referência para os moradores de São Carlos, que completa 167 anos hoje.
O que se chamava como Rua do Comércio nos primórdios da cidade, ganhou o nome de Rua de São Carlos e, posteriormente, Avenida São Carlos. Apesar da troca de nomes, a via segue como uma das principais referências comerciais na atualidade.
Já a Rua da Mata é chamada atualmente de 13 de Maio, em referência à data em que foi assinada a lei Áurea pela princesa-regente Isabel.
Levantamento da Fundação Pró-Memória mostra que outros pontos conhecidos de São Carlos tiveram outros nomes no passado.
A Episcopal, por exemplo, já fora Rua Santo Inácio e Rua do Carvalho; a 9 de Julho – referência à Revolução Constitucionalista – tinha o nome pomposo de Uruguayana.
A Rua Dom Pedro era chamada de Rua da Palma. E a Conde do Pinhal é uma evolução de Visconde do Pinhal.
A importante Dona Alexandrina da atualidade fora Rua Jataí; a General Osório – “o legendário” herói da Guerra do Paraguai – fora Rua Paysandu nos primórdios da cidade.
Outro exemplo é a Rua da Babilônia, cuja referência era marcar o caminho até o bucólico bairro rural, que atualmente se chama Padre Teixeira, milagreiro local.

Perpetuação histórica
As denominações de vias, praças e prédios públicos refletem a sua época e estão intrinsicamente ligados ao que se pretende deixar para o futuro como legado da atualidade.
Não são raras as vezes em que personalidades aclamadas por certos regimes ou épocas caírem em desgraça e terem seus nomes limados de logradouros com o passar dos anos.
A troca do nome Sérgio Paranhos Fleury, torturador da ditadura civil-militar, foi substituído por Dom Hélder Câmara – conhecido pela defesa dos direitos humanos – em via das imediações da principal delegacia de São Carlos dá um recado da sociedade que queremos construir.
Como lembra Jacques Le Goff, no célebre livro História e Memória, monumentos e denominações não deixam de ser uma forma de perpetuação (voluntária ou involuntária) da sociedade. Essa perpetuação, em forma de nome de rua, praça, prédio é uma tarefa dos vereadores na Câmara Municipal. Por vezes criticada, é fundamental tarefa de organização da cidade. Quem mora em rua sem nome sabe dos efeitos práticos da falta de CEP.
🔔 FIQUE ON!
Quer se manter bem informado no maior portal de notícias do interior de São Paulo? Fique on com os nossos grupos, canais e redes sociais, acesse abaixo:
👷🏼 acidade on Empregos no WhatsApp
📢 Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre São Carlos e região por meio do WhatsApp do acidade on: (16) 99149-9787.