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São CarlosCotidianoDevoção familiar a santo italiano deu nome a povoado instalado no "caminho de Araraquara"

Devoção familiar a santo italiano deu nome a povoado instalado no “caminho de Araraquara”

Jesuíno de Arruda plantou nas terras da sesmaria do Pinhal a semente que floresceria na maior cidade da Região Central do Estado de São Paulo

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A partir da devoção familiar à São Carlos Borromeu, Jesuíno de Arruda plantou nas terras da sesmaria do Pinhal a semente que floresceria na maior cidade da Região Central do Estado de São Paulo.

Da necessidade de Jesuíno, sua esposa Maria Gertrudes de Arruda e parentes de terem um local mais próximo para entrar em comunhão com Deus, surgiu o pedido ao bispo de São Paulo de autorização para “erigir uma capela com a invocação de São Carlos”.

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Do pedido, em 1856, até a autorização episcopal, em fevereiro de 1857, transcorreram idas e vindas de documentos entre o diminuto povoado, situado nos caminhos para o “sertão de Araraquara”. Foi de lá, da Morada do Sol, que veio também a autorização da Câmara Municipal para a construção de um cemitério.

A bênção da capela de São Carlos Borromeu ocorreu em 5 de outubro; em 27 de dezembro, realizou-se a missa inaugural, presidida pelo padre Joaquim Cipriano de Camargo, vigário de Araraquara.

Nesse ínterim, em 4 de novembro de 1857, ocorreu a fundação do município, data escolhida a dedo por ser o dia de São Carlos Borromeu, padroeiro da cidade.

Mas, afinal, quem foi Carlos Borromeu, o santo?

Diz-se que a predileção pela devoção a São Carlos vem do fato de a família dos Arruda Botelho, grandes proprietários de terras, ter vários membros com o nome Carlos. Verdade ou não, o pedido ao bispo para erguer uma capela em homenagem ao santo italiano foi atendido.

Mais de 9,4 mil quilômetros separam São Carlos da terra natal de seu padroeiro, Arona, na Itália. Por lá, uma comunidade, San Carlo, leva o nome do santo local.

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Desde menino, Carlos Borromeu (1538-1584) construía altares minúsculos e brincava de ser padre com os irmãos e amigos. Feitos grandiosos o aguardavam na Igreja Católica.

A Carlos Borromeu é atribuída a reorganização da Igreja Católica. Sobrinho de um cardeal — que viria a se tornar o Papa Pio IV — foi defensor da implementação do Concílio de Trento, que reforçou a doutrina e os valores católicos frente às críticas dos reformadores protestantes.

Ainda jovem, com apenas 21 anos, foi feito cardeal-diácono e, posteriormente, secretário de Estado. Após a morte de seu irmão, renunciou ao título de conde e, aos 24 anos, foi ordenado sacerdote e bispo.

Defensor das reformas do Concílio de Trento, Borromeu enfrentou hostilidades, inclusive do governador espanhol em Milão. Como arcebispo de Milão, no extremo norte da atual Itália, tinha sob sua responsabilidade uma diocese que reunia lombardos, venezianos, lígures, piemonteses e até suíços.

À frente da arquidiocese enfrentou uma grave epidemia de peste, que ceifou vidas enquanto o governo espanhol em Milão mantinha-se indiferente. Dentro de sua arquidiocese, mais de cem sacerdotes perderam a vida dedicando-se aos doentes, segundo sua hagiografia.

Carlos Borromeu faleceu em 3 de novembro de 1584, aos 46 anos. Com sua morte e a relevância de sua atuação em Milão, a reforma da Igreja ganhou impulso em outros países.

Em 1610, foi canonizado pelo Papa Paulo V, que fixou o dia de sua festa em 4 de novembro.

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Bruno Moraes
Bruno Moraeshttps://www.acidadeon.com/saocarlos/
Bruno Moraes é repórter do acidade on desde 2020, onde faz a cobertura política e econômica. É autor do livro “Jornalismo em Tempos de Ditadura”, pela Paco Editorial.

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