Em uma reunião tensa na Câmara Municipal, professores, pais de alunos e a secretária da Educação, Wanda Hoffmann, ficaram frente a frente para discutir a situação dos seis Centros Municipais de Educação Infantil (Cemei). Após quase seis horas, comunidade escolar, gestão e o legislativo entraram em consensos para dar fim à crise que deixou seis escolas sem aulas neste começo de ano.
Em suma, reparos mais emergenciais estão em andamento nas escolas paradas e devem ser concluídos entre sexta-feira (11) e nos próximos 15 dias. Uma prestadora de serviços de manutenção está em vias de ser contratada para atender às demandas de toda a rede municipal de ensino.
A secretária da Educação também afirmou que dará encaminhamento à disponibilização de recursos para aplicação direta nas escolas. O projeto é semelhante do Dinheiro Direto na Escola (PDDE), do governo do Estado, em que diretores das unidades recebem verbas para pequenos consertos.
A reunião teve a participação de diversos atores ligados à educação e às garantias de direitos de crianças e adolescentes na cidade. A representante do Conselho Tutelar, Larissa Camargo, resumiu o problema como falta de diálogo com a pasta da Educação.
“Nosso posicionamento colegiado foi apresentar essas questões para o Ministério Público entendendo que as tentativas de diálogo com a Secretaria da Educação estavam bem difíceis. O nosso posicionamento foi levar as denúncias para o MP”, afirmou.
Os professores de escolas afetadas pela suspensão do calendário questionaram Wanda sobre a reposição de aulas durante o recesso de meio de ano. A gestora afirmou que irá buscar uma saída para o impasse, mas reafirmou a necessidade de garantir os 200 dias letivos para os alunos. Uma alternativa é usar os dias destinados a reuniões internas para aulas, evitando o prejuízo nas férias ou sábados.
Para a professora Amanda Marangoni, do Cemei “Homero Frei”, a categoria está “praticamente implorando para trabalhar”.
“Antes eu tinha orgulho de falar que trabalhava na rede municipal. Hoje eu tenho vergonha, diante de tudo que estamos passando, praticamente implorando para trabalhar com dignidade, respeito, o mínimo que nossas crianças merecem por direito”, lamentou.
A secretária da Educação fez uma defesa das ações da pasta, sobretudo na manutenção das escolas. Mais de 2 mil solicitações de reparos foram feitas.
“Eu assumi em janeiro (de 2021), tomei pé da situação, identifiquei as dificuldades e a partir daí nós começamos a fazer um planejamento de como fazer essas reformas. Em termos de manutenção nos executamos mais de 2 mil ordens de serviços no ano de 2021”, afirmou.
Patinada
A secretária da Educação chegou a dar uma patinada no começo da reunião, expondo todos os feitos da pasta e projetos, mas foi logo advertida pelo vereador Paraná Filho (PSL), que presidia o encontro, para se manter no foco que era as seis escolas fechadas.
“Essa reunião foi e acredito que a senhora tenha lido o convite ela foi agendada exclusivamente para tratar dessas seis Cemeis. Que bom que a senhora está empenhada em construir novas escolas. Mas, não sei nem como vai cuidar dessas novas escolas se não está cuidando das que já existem. Mas enfim. Vamos nos manter positivos”, disparou.