Pesquisa da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) quer comparar composição corporal entre os idosos com mal de Alzheimer e os preservados cognitivamente. As comparações são feitas nos âmbitos ósseo, muscular e de gordura.
De acordo com a graduanda Stéfany Gomes da Silva, do curso de fisioterapia, o estudo pretende avaliar, em um dos pontos, se há relação entre osteoporose e o mal de Alzheimer. “Há ligação entre menores taxas de DMO (densidade mineral óssea) e desenvolvimento do Alzheimer, e sabe-se que esse distúrbio neurodegenerativo é um fator de risco para o desenvolvimento da osteoporose e vice-versa”.
No entanto, ela afirma que ainda não se tem conhecimento sobre os mecanismos que relacionam o desenvolvimento e a progressão das duas doenças, embora já se saiba que a osteoporose é mais recorrente em idosos com DA do que naqueles preservados cognitivamente.
Já a composição muscular e de gordura, também será realizada uma comparação entre idosos cognitivamente sadios e com o mal, além da correlação entre Alzheimer e esses dois componentes, a fim de analisar a relação entre DA, sarcopenia, dinapenia (perdas de massa e de força e potência dos músculos) e obesidade.
“Acreditamos que a mensuração da composição corporal dos idosos possa ser eficaz para reconhecer precocemente indicadores que expressem o risco de aparecimento da osteoporose, da obesidade, da sarcopenia, da dinapenia e do Alzheimer, e a hipótese é que a DMO muscular e de gordura possam ser indicadores”, explica.
Se a expectativa do estudo for confirmada, a pesquisadora acredita que será possível estabelecer condutas terapêuticas capazes de maximizar o curso clínico dos diagnósticos dessas doenças, além de colaborar com profissionais na elaboração de intervenções e prevenções apropriadas para os idosos.
Para desenvolver o estudo estão sendo convidados homens ou mulheres, a partir de 65 anos de idade, com diagnóstico de DA, leve a moderada, ou que sejam preservados cognitivamente. Os idosos não podem estar institucionalizados, precisam ter disponibilidade para participar das avaliações, não podem ter comprometimentos funcionais ou sensoriais que interfiram nas avaliações, nem doenças como Parkinson, acidente vascular encefálico, esclerose múltipla, síndrome de Huntington, epilepsia e traumatismo cranioencefálico. São ofertadas 111 vagas para voluntários e todos passarão por avaliação cognitiva, de funcionalidade e de perda de força musculoesquelética, além da análise da composição mineral óssea por meio de equipamento específico.