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CotidianoEstupros em São Carlos aumentam 53% e maioria é contra vulneráveis

Estupros em São Carlos aumentam 53% e maioria é contra vulneráveis

Para especialistas, dados refletem sociedade misógina e necessidade de mais diálogo com os filhos

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*Por Roberto Schiavon.

Os casos de estupro em São Carlos aumentaram 53% em 2023 em comparação ao ano passado, sendo que 71% das ocorrências foram contra pessoas vulneráveis.

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Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), até setembro deste ano, último mês disponível na base de dados, foram registrados 49 estupros em São Carlos, contra 32 casos até setembro do ano passado.

Ainda segundo os dados da SSP-SP, dos 49 estupros registrados até setembro deste ano, 35 (71%) foram cometidos contra vulneráveis. Até setembro do ano passado, foram 25 estupros contra vulneráveis, ou seja, 78% do total de 32 casos no período.

Levando em consideração os casos registrados em todo o ano de 2022, houve um aumento de 6,5% até setembro deste ano, com 49 casos em 2023 contra 46 ocorrências no ano passado. Em todo o ano de 2022, 38 dos 46 estupros foram cometidos contra vulneráveis, ou seja, 82% do total.

Misoginia

Para a socióloga Grasiela Lima, os dados demonstram que a sociedade ainda está marcada pela misoginia, ou seja, não respeita a dignidade de meninas e mulheres, que são objetificadas.

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“O fato de as principais vítimas serem pessoas vulneráveis é profundamente preocupante, pois há impacto em seu desenvolvimento psicossocial, devido a alterações comportamentais, emocionais e cognitivas”, ressaltou.

Ela lembrou que, no primeiro semestre de 2023, uma menina ou mulher foi estuprada a cada 8 minutos no país, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

“É fundamental maior conscientização e sensibilização social sobre o problema da violência sexual, assim como a efetivação de políticas públicas de enfrentamento e atendimento às vítimas e maior responsabilização dos agressores”.

socióloga Grasiela Lima
A foto mostra uma criança de cabeça abaixada e um fundo preto
Número é maior entre vítimas vulneráveis (Imagem ilustrativa/Pixabay)

Diálogo

A psicóloga Maria Isabel Scarmin concorda que a misoginia é um fator determinante para o crescimento de casos de estupro.

“Mesmo a misoginia e agressividade demonstradas por lideranças políticas, assim como o aumento de religiões fundamentalistas, acabam fomentando o lado agressivo das pessoas. Elas vão encontrando caminhos para manifestar sua sombra, o que chamamos de sombra coletiva”, explicou.

Com relação à proteção de pessoas vulneráveis contra esses tipos de crime, ela avaliou que são necessárias políticas públicas mais eficientes dos governos e também mais diálogo dentro de casa.

“O Estado tem de investir em educação, mas dentro de casa também deve haver sempre conversas com os filhos sobre sexualidade, para que coloquem pra fora tudo que acontece com eles”.

psicóloga Maria Isabel Scarmin.
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