O incêndio que devastou a Estação Ecológica de Jataí, no município de Luís Antônio (SP), renderá multa de R$ 120 milhões ao proprietário rural de São Carlos que teria iniciado o fogo.
A queimada durou 10 dias e trouxe prejuízo à maior reserva de cerrado do Estado de São Paulo.
De acordo com o capitão Diogo Araújo, comandante da Polícia Ambiental, durante investigação foi constatado que o início do incêndio ocorreu em propriedade rural de São Carlos (SP), na divisa com Luís Antônio. A corporação enviará patrulha ao local para elaboração das 10 multas e dar ciência ao autuado. A maior multa é de R$ 65 milhões. O autuado poderá recorrer.
“São 10 multas porque cada uma tem um enquadramento específico. Há vegetações em estágios diferentes, áreas de vegetação em tamanhos diferentes, há cerrado, cana, Área de Preservação Permanente”, explica o capitão.
Investigação complexa
A multa chegará 53 dias depois de extinto o incêndio que consumiu mais de mil hectares de área de vegetação nativa. O comandante da Polícia Ambiental explica que a identificação do início do incêndio e o levantamento das perdas são trabalhos demorados que exigem conhecimento técnico.
“Um funcionário veio a assumir que colocou fogo para queimar algumas coisas e virou as costas. Em razão da estiagem, tempo seco e calor, o fogo acabou se espalhando e pegou em vegetação seca ainda maior e a partir disso ele perdeu o controle”, afirma.
A investigação também aponta que o foco se espalhou para a canavial e, a partir de lá, foi para a vegetação nativa que fica na outra margem do Rio Mogi-Guaçu.
“Começou por volta do meio-dia, pulou o rio e atingiu a mata do Jataí entre 4h30 e 5h da tarde. Daí na mata danificou a vegetação”, explica.
Dez dias de trabalho
A operação de combate ao fogo na Estação Ecológica de Jataí durou 10 dias e contou com o apoio de até aeronaves. Os aviões chegaram a fazer 30 voos por dia, com 1 mil litros de água. Corpo de Bombeiros, Fundação Ambiental, Polícia Ambiental, usinas e fazendas trabalharam juntos.
Debelado no dia 28 de agosto, o incêndio voltou com novos focos em 5 de setembro e durou dois dias.