A Fundação Getúlio Vargas (FGV) terminou a etapa de entrevistas com “formadores de opinião” para a formulação do Plano de Mobilidade Urbana de São Carlos.
Segundo administração municipal, os resultados das entrevistas servirão de base para a elaboração dos objetivos e metas que nortearão o plano.
“Conhecer as demandas da população permite estabelecer objetivos que respondam a essas expectativas de forma clara, contribui com a definição de metas para se alcançar os objetivos e também estabelece um ordenamento das ações prioritárias para os horizontes de implantação”, explica o coordenador de projetos da FGV, Manoel Reis.
De acordo com o secretário de Transporte e Trânsito, Paulo Luciano, o objetivo dessa etapa do plano foi garantir a participação social dos principais formadores de opinião com a coleta de diferentes visões, sugestões, percepções e reclamações sobre a visão de futuro para São Carlos.
“A equipe da Fundação realizou um levantamento dos problemas enfrentados atualmente e a expectativa de mobilidade urbana de São Carlos”, afirmou.
De acordo com a Secretaria de Transporte e Trânsito, os próximos passos para a formulação do Plano de Mobilidade Urbana é elaborar “visão de futuro”, que sintetiza o desejo e expectativa da população; definição das prioridades e dos objetivos, em que as áreas prioritárias de intervenção serão enumeradas; análises técnicas e diagnóstico, trabalhos que seguirão em paralelo para a definição da matriz origem-destino (conhecido como Matriz OD). No caso de São Carlos, a Fundação Getúlio Vargas está trabalhando com dados de telefonia celular para a construção da Matriz OD.
Futuro contrato do ônibus de fora do Plano
Apesar de ter o principal norteador da mobilidade no município em fase de elaboração, São Carlos lançou concorrência pública para a escolha da nova empresa que fará o transporte público, após anos de contrato emergencial com a Suzantur.
Como a concorrência já está em fase final, São Carlos corre o risco de ter as diretrizes repassadas pela pesquisa da FGV em dissonância com os parâmetros determinados no futuro contrato do transporte.
Sem contar com uma empresa operando por meio de licitação desde 2014, quando a Justiça impediu a renovação do contrato com a Athenas Paulista por mais 10 anos, a cidade já fracassou em inúmeros processos licitatórios no período.
Desde 2016, a Suzantur realiza o transporte coletivo na cidade por meio de contratos emergenciais.
Quatro dessas licitações foram abertas no primeiro mandato do Airton Garcia (PSL), sendo que duas foram conduzidas pelo departamento jurídico da prefeitura e acabaram impugnadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP), e as outras duas pela Secretaria de Transporte e Trânsito. Neste ano, o município está em sua segunda tentativa de contratar uma empresa para o transporte.