Funcionários da Fundação Casa de São Carlos (SP) aderiram à greve definida em assembleia pelo Sindicato da Socioeducação de São Paulo (Sitsesp). Para esta quarta-feira (16) estão previstas manifestações em frente a unidades.
Além da paralisação, foi marcado um protesto para o dia 23 de junho, com concentração em frente ao Masp, na capital paulista, e passeata até a sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), encerrando o ato na Secretaria da Justiça e Cidadania. Nesse dia será julgado o dissídio coletivo dos funcionários.
De acordo com o Sitsesp, 75% dos servidores presentes em assembleia realizada na terça-feira (15) aderiram à greve geral da categoria. “A Fundação Casa não trouxe nenhuma proposta para a missa no tribunal na data de hoje”, disse a presidente do sindicato, Claudia Maria de Jesus, sobre a reunião.
O balanço de adesão das unidades do Estado deve ser divulgado nesta quarta-feira (16). Em São Carlos (SP), um cartaz com dizeres “Chega de agressões, assédio moral, estamos adoecendo” foi colocado na entrada da unidade junto com outros que anunciam a greve.
Em nota, a Fundação Casa lamentou a “intransigência do Sitsesp pela decisão de implementar um movimento de greve em plena pandemia de Covid-19”. (Veja posicionamento abaixo)
Motivação
Os funcionários protestam contra a falta de reajuste salarial e aumento do valor pago pelo convênio médico. A redução do vale-refeição também havia entrado em pauta, mas em 4 de junho – data marcada para a primeira greve -, o TRT intermediou uma proposta para suspender a portaria que mudava a forma de pagamento.
Desde então, os servidores estavam em “estado de greve” até a terça-feira, quando aguardavam uma resposta ao pedido de reposição salarial relacionado ao período de março de 2020 a fevereiro de 2021.
O que diz a Fundação Casa
Além de lamentar a decisão da greve, a Fundação Casa emitiu uma nota alegando que sempre esteve aberta ao diálogo com o sindicato e que realizou inúmeras reuniões em busca de um acordo.
“A fundação destaca que, durante todo período da pandemia de covid-19, nunca houve atraso ou suspensão nos pagamentos e nos benefícios (vale-refeição, alimentação e convênio médico), e todos empregos foram mantidos. Essa é uma situação completamente oposta ao do restante da população, que atualmente sofre com uma grave crise econômica causada pela pandemia”, escreveu.
Por conta do caráter essencial do serviço prestado pela Fundação, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) determinou que 70% do efetivo continue trabalhando mesmo em greve. Os pleitos serão analisados pela Justiça do Trabalho.