A investigação iniciada pela Polícia Civil aponta que a jovem Iasmin Smargiassi, encontrada carbonizada na manhã desta quarta-feira (18), foi assassinada pelo ex-namorado antes do incêndio que consumiu sua residência no Jardim Zavaglia, em São Carlos (SP).
De acordo com o delegado Gilberto de Aquino, os relatos das testemunhas mudaram a história do crime. “Eles mataram a vítima, depois incendiaram a casa, subtraíram todos os objetos, provavelmente antes do incêndio pegaram os objetos de interesse, colocaram dentro do carro da vítima. Na sequência saíram dai, colocaram do lado de fora e foi quando as testemunhas ouviram os disparos e as chamas”, explicou Aquino.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o corpo da vítima foi encontrado enquanto as equipes tentavam apagar as chamas que consumiram a sala, cozinha e os dois quartos. A estrutura da casa foi danificada.
O delegado ressaltou que durante a ação da dupla, uma das testemunhas chegou a indagar o ex-namorado de Iasmin sobre o motivo do crime, e ele respondeu que “o que tinha que fazer, eu já fiz”.
O caso vai ser registrado na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), e em conjunto com a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) será pedida a prisão preventiva do suspeito após a formalização das oitivas.
Espancada pelo ex
A vítima de 28 anos era moradora da casa e sofria com AVCs desde os 19 anos. Ela residia sozinha e vivia com a pensão da mãe, que morreu há dois anos. Iasmin era conhecida por defender a causa animal e chegou a se candidatar vereadora da cidade.
De acordo com o relato da irmã da vítima, o relacionamento dos dois sempre foi perturbado e tinha um histórico longo de agressões e brigas. “Eram amigos de infância, desde o começo ele sempre foi muito agressivo. Eu tinha que sair do trabalho e vir tirar ele de cima dela porque ele estava espancando ela. A gente já tentou chamar a polícia e ela retirava a denúncia”, contou.
Segundo a polícia, ele era usuário de drogas e bebidas alcóolicas e estava sempre atrás da vítima para conseguir dinheiro para manter seus vícios.
A triste situação foi confirmada pela irmã, que acredita que ele matou Iasmin. “Em dezembro fiquei um mês morando com eles e presenciei todo santo dia ele bêbado, drogado, batendo nela. Eu tinha que tirar, e quando eu virava as costas, ela chamava ele de volta, sempre foi assim”, disse.
Relatos dos familiares apontaram que ela não mantinha contato com ninguém desde domingo e que eles teriam voltado a se relacionar novamente, após o suspeito sair da cadeia.