Mais de 100 lojistas de veículos seminovos e usados fecharam as portas na manhã deste sábado (9), em São Carlos, e realizaram uma carreata contra o aumento no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A partir de 15 de janeiro, a carga tributária para carros usados vai passar de 1,8% para 5,53%, o que representa um aumento de 207% no imposto.
Com frases como “contra ICMS abusivo” e “Fora Doria”, os veículos se reuniram na região da Praça Itália e seguiram pela Avenida São Carlos em um “buzinaço”.
No entanto, foram parados por viaturas da Guarda Municipal no cruzamento com a Rua Santa Cruz. Por conta disso, o trânsito no trecho ficou totalmente paralisado por alguns minutos, causando intenso congestionamento.
Os agentes começaram a anotar a placa de alguns veículos, o que gerou revolta dos manifestantes, que, de forma pacífica, argumentaram que estavam apenas protestando contra o aumento dos impostos.
Em seguida, a carreata foi liberada e seguiu o trajeto passando pela Av. Trabalhador São-carlense, Av. Tancredo de Almeida Neves, Avenida Grécia e terminaram o protesto no ponto de partida.
Aumento abusivo
De com Edivaldo Fuzi, que é proprietário de uma loja de veículos há 35 anos em São Carlos, o imposto é abusivo e vai tornar inviável o comércio no setor. “Em dezembro de 2019 o ICMS era 0,9%, em janeiro de 2020 o Doria já dobrou, foi para 1,8%, agora ele está querendo passar para 5,53%. Um carro que é comprado pela loja por R$ 44 mil e vai ser vendido por R$ 50 mil, hoje, vai ter um custo com transferência, ICMS e encargos federais gira em torno de R$ 2,6 mil. Com essa nova tributação, o custo dessa operação vai ser R$ 5,2 mil”.
“É impossível de operar desse jeito: vai gerar desemprego, fechamento de lojas, ou vai forçar a maioria dos lojistas a irem para a informalidade. Então eu não sei, eu não tenho condições de operar desse jeito. Se for realmente ficar desse jeito, eu penso até na possibilidade de fechar a loja, infelizmente”, concluiu.
Outro lado
Procurada, a Prefeitura de São Carlos informou que existe uma liminar que proíbe carreatas na cidade em virtude da pandemia.
Além disso, informou que os manifestantes não serão multados, mas que o organizador será identificado e um relatório será encaminhado ao departamento jurídico da prefeitura.