Ainda em tempo de compreender os problemas que circundam a saúde pública de São Carlos, a nova secretária da pasta, Denise Mello Martins, ressaltou que um dos maiores desafios será regularizar o déficit de médicos, mas afirmou que decisões já estão sendo tomadas.
Hoje, o município vive com filas de espera para atendimentos de diversas especialidades em decorrência da falta desses profissionais. Quem depende de um psiquiatra, por exemplo, pode chegar a esperar mais de um ano por uma consulta. Para atendimento psicológico não é diferente, já que acidade tem cinco profissionais para atender toda a população.
Em entrevista à CBN, a secretária, que antes administravas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), comentou que tem consciência da necessidade de regularização do quadro de profissionais e reforçou que já iniciou, com a Secretaria de Gestão de Pessoas, a abertura de contratação de uma empresa para concursos públicos, além de contrato licitatório de urgência com empresa terceirizada.
“A gente tem ótimas instituições de nível superior e médio, e a gente já está em conversa pra formalizar para que possam nos apoiar qualificando os atendimentos e também contribuindo pra formação dos alunos e residentes utilizando nossos serviços, e isso contribui muito para o atendimento da população”, explicou.
Denise também reforçou a possibilidade de um convênio com a Santa Casa, para que 22 internos possam ser inseridos nas unidades de saúde de atenção básica e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em julho. “A gente sabe que concurso tem um trâmite e leva até 120 dias pra acontecer, e para isso temos buscado alternativas para que a gente possa minimizar a questão de toda a equipe da saúde”, completou.
Aumentando a demanda
Em relação à superlotação nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), Denise informou que a maioria dos pacientes que aguardam por horas não são classificados como urgência ou emergência, atendimento que é referenciado nas unidades.
“Temos enfrentado um tempo de espera maior nas upas, mas a gente está com profissionais. Temos que ter pelo menos dois profissionais atuando e isso a gente tem conseguido manter, em algumas vias temos até ampliado. Temos respeitado a reestruturação, mas também [é importante] reforçar a população quando ela deve procurar a UPA”, disse.
A dentista complementou que a prefeitura tem contrato licitatório ativo com uma empresa que fornece especialistas clínicos, ginecologistas e psiquiatras. “A gente conseguiu avançar em algumas unidades, não no numero ideal que a gente precisa, mas também temos notificado essas empresas quando isso não acontece”.
A carência dos profissionais, segundo a secretária, não está afetando a demanda para realização de exames. Alguns como a ressonância, por exemplo, têm espera de dois meses, mas o objetivo é acelerar ainda mais o diagnóstico. “Não estamos com uma demora muito grande. Estamos em conversa com prestadores para que a gente possa chegar num diagnóstico mais rápido”, disse.
Para ela, são muitas coisas a serem selecionadas, mas a valorização dos profissionais da saúde e a oferta de boas condições de trabalho são obrigações a serem cumpridas para que se mantenha o bom atendimento de atenção básica.
“Todos sabemos quão importante é o setor da saúde para a população, para a maioria é a única atenção, então oferecer dignos serviços de saúde, manter as unidades em suas diversas modalidades funcionando com profissionais valorizados e instalações adequadas, esse é o nosso grande desafio”, finalizou.