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Cotidiano"Não foi bem empregado", afirma pesquisador sobre compra de carabina para a GCM

“Não foi bem empregado”, afirma pesquisador sobre compra de carabina para a GCM

Num contexto amplo, compra de armas mais robustas é uma tentativa de autoridades em dar respostas à população por meio de medidas nem sempre efetivas, segundo o pesquisador

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Carabinas foram entregues à GCM. Foto: Divulgação

O gasto de R$ 20 mil na compra de duas carabinas para a Guarda Civil Municipal não foi “bem empregado” em uma corporação que tem como objetivo a vigilância do patrimônio público e não o combate direto ao crime. A opinião é de Leonardo Fontes, sociólogo e pesquisador no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).

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O armamento foi adquirido por meio de emenda parlamentar do vereador Moisés Lazarine (PSL). A arma é descrita pela fabricante como “semiautomática, de fácil manejo e ideal para utilização policial e militar em operações urbanas”, que difere das atribuições da GCM, segundo o pesquisador.

“Não se trata, portanto, de uma força policial que tenha necessidade de fazer uso extensivo da força como é o caso da Polícia Militar, que eventualmente se envolve em confrontos diretos com pessoas flagradas cometendo algum delito”, afirma.

O pesquisador disse ainda ser “altamente desaconselhável” uso de armas de maior calibre. Fontes demonstrou preocupação com pessoas a serem abordadas e, inclusive com guardas municipais manejando o armamento.

A preocupação do pesquisador faz sentido. Em março do ano passado, um guarda fora do horário de serviço teve sua arma pessoal tomada por um homem que efetuou disparos, um dos quais atingiu a mão do agente. O caso ganhou repercussão na época.

“Há uma visão, na minha opinião equivocada, de que quanto mais armadas estiverem à disposição das forças policiais ou do cidadão comum, mais segura estará a sociedade. O que precisamos, na verdade, são polícias bem treinadas e preparadas para mediar conflitos de forma pacífica sempre que possível”, comenta.

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O especialista em segurança pública conclui que o dinheiro não foi bem empregado, “justamente pela função da GCM de realizar a guarda patrimonial e não de combater o crime de forma generalizada”.

A compra de armas mais robustas é uma tentativa de autoridades em dar respostas à população por meio de medidas nem sempre efetivas de combate ao crime em seus municípios, segundo o pesquisador.

“Não diria que se trata de um movimento nacional. Pelo contrário, em muitos municípios, os prefeitos preferem não tocar no assunto da segurança pública para não trazerem para sua alçada uma responsabilidade que não lhes compete”, conclui.

Entrega de armamento
A entrega das carabinas ocorreu na quarta-feira (19).
Em nota enviada pela Prefeitura de São Carlos para noticiar a aquisição, o comandante Michel Yabuki, da GCM, justificou que as carabinas são “indicadas para a utilização em operações urbanas”. “As armas serão utilizadas no patrulhamento de áreas pelas equipes especializadas que já passaram por capacitação.”

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