Onze pacientes com lesão renal aguda decorrente da Covid-19 estão recebendo tratamento pelo serviço de Nefrologia da Santa Casa de São Carlos (SP). É mais do que o dobro se comparado ao mês de dezembro, quando quatro pacientes precisaram de hemodiálise.
“Além de o número de pacientes ter aumentado significativamente de janeiro para cá, o quadro de saúde dos que chegam até nós é muito mais grave”, explica o enfermeiro responsável técnico do Serviço de Nefrologia, Elio Vieira da Silva Júnior.
Com esse aumento, o número de sessões de hemodiálise em pacientes acamados também disparou. Em média, antes do início da pandemia, o serviço de Nefrologia realizava 51 sessões por dia na UTI Geral, já que não havia UTI Covid até então. Em janeiro, foram feitas 100 sessões por dia na UTI Geral e na UTI Covid.
Para não deixar os pacientes desassistidos, as sessões de hemodiálise na UTI Geral e na UTI Covid estão sendo feitas de madrugada. “Nossa preocupação é que o número de casos não para de subir. Os nossos profissionais de saúde, assim como todos os outros ao redor do mundo, estão esgotados. Se a demanda continuar aumentando nesse ritmo, não teremos nem estrutura nem equipe médica e de enfermagem suficientes e poderemos entrar em colapso no mês que vem”, ressalta o enfermeiro responsável técnico do Serviço de Nefrologia, Elio Vieira da Silva Júnior.
Além do crescimento em função da Covid-19, o serviço de Nefrologia registrou também aumento do número de pacientes renais crônicos. Em maio de 2019, quando a Santa Casa assumiu o serviço que antes era terceirizado, 199 pacientes faziam hemodiálise e dois pacientes, a diálise peritoneal, quando o hospital fornece o equipamento e treinamento para que o paciente possa fazer o tratamento em casa. Neste momento, esse número subiu para 216 pacientes na hemodiálise e 5 na diálise peritoneal.
Por conta desse aumento na demanda, o Serviço de Nefrologia precisaria de mais oito máquinas de hemodiálise, quatro aparelhos para osmose portátil – responsável por filtrar a água para tratamento dos pacientes internados na UTI Geral e na UTI COVID -, além de mais quatro técnicos de enfermagem. Hoje, o serviço conta com 30 técnicos de enfermagem, seis enfermeiros e seis médicos.