O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumpriu nesta terça-feira (6) cinco mandados de busca e apreensão em Itirapina pela Operação Predador.
A operação investiga uma banca de advogados da cidade, identificada como “forte núcleo de advocacia em massa”, também conhecida como advocacia predatória.
Segundo o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), as diligências foram focadas na apreensão de eletrônicos, documentos e quantias em espécie. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.
Leia mais
Adolescente é apreendido após furtar 6 celulares de loja em Brotas
PM apreende caminhonetes em terreno usado como oficina em São Carlos
Entenda
O Gaeco já havia oferecido denúncia no caso por associação criminosa e por crimes de receptação, em concurso material. A Justiça acolheu o pedido, suspendendo, cautelarmente, três acusados de suas atividades profissionais e estabelecendo fianças que superam 1.500 salários mínimos.
Segundo apuração do MP, os profissionais, por vários anos, receptaram dados sigilosos de grandes instituições e passaram a compartilhar as listas com escritórios de todo o Brasil.
O objetivo dos criminosos, segundo o Ministério, era que o “escritório parceiro” assediasse os clientes com promessas de recebimento de quantia de ações judiciais, causando prejuízo ao Poder Judiciário e à classe, uma vez que os advogados foram impedidos de atuar em processos judiciais.
Apenas contra o Banco do Brasil, os investigados ajuizaram mais de 20.000 demandas em mais de 468 comarcas.
Medidas já tomadas
O Gaeco já havia obtido o bloqueio de R$ 97 milhões, uma estimativa do lucro conseguido por meio de atuação predatória, baseada em documentos sigilosos receptados.
O bloqueio também servirá para garantir a indenização por dano moral requerida à Ordem dos Advogados do Brasil, num total de R$ 12 milhões.
Veja também