A operadora Claro registrou, na quinta-feira (3), junto à Polícia Civil seis ocorrências de furtos a fiação ocorridos entre janeiro e fevereiro deste ano. A empresa afirma ter havido prejuízos na prestação de serviços de telefonia e transmissão de dados a clientes.
As invasões às instalações da empresa ocorreram no Centro, Vila Celina, João de Guzzi e Chácara Bataglia. Uma torre localizada na rua Marechal Deodoro, na Vila Faria, foi invadida em duas ocasiões, no dia 2 de janeiro e em 20 de fevereiro.
Nos furtos foram levados cerca de 400 metros de fiação, entre cabos metálicos de cobre e de fibra ótica. As invasões foram percebidas através da perda de sinal de telefonia e internet. O cobre tem valorizado no mercado de sucata, o que tem atraído as atenções de criminosos.
De acordo com os boletins de ocorrência, os furtos ocorreram entre as 19h e 7h, período em que há menos pessoas em circulação nas vias.
Procurada, a Claro foi representada pela Conexis, associação que representa as empresas de telecomunicações. Em nota, o órgão afirmou que no primeiro semestre do ano passado foram furtados 2,3 milhões de metros de cabos de telecomunicações.
“Essa quantidade seria suficiente para cobrir a distância entre as cidades do Rio de Janeiro e Buenos Aires, na Argentina. O volume foi 14,5% maior que o registrado no primeiro semestre de 2020, quando foram furtados 2 milhões de metros de cabos”.
Em todo o ano de 2020 foram 4,6 milhões de metros de cabos roubados ou furtados, um aumento de 16% em relação ao registrado em 2019.
A associação afirmou, ainda que em 2020, 6,679 milhões de clientes em todo Brasil tiveram seus serviços interrompidos pelo roubo ou furto de cabos das redes de telecomunicações. O número representa quase duas vezes a população do Uruguai.
“O setor de telecomunicações defende uma ação coordenada de segurança pública envolvendo o Judiciário, o Legislativo e o Executivo, tanto o federal, quanto os estaduais, e a aprovação de projetos de lei que aumentem as penas desses crimes e ajudem a combater essas ações criminosas”, encerra a nota.
A Secretaria Estadual de Segurança Pública afirmou que as forças de segurança realizam, em parceria com órgãos municipais e concessionárias de serviços públicos, “ações específicas para combater o roubo, furto e a receptação de fios e cabos elétricos”. O governo do Estado, porém, não enumerou quantas operações do tipo foram realizadas em São Carlos.
“Além das ações regulares de patrulhamento, as polícias reforçam a fiscalização em estabelecimentos que comercializam esse tipo de material, tendo apreendido ao longo dos últimos três anos mais de 50 toneladas de fios de cobre e prendido 67 criminosos envolvidos com essa prática no Estado”.
A gestão de Segurança Pública informou ainda ter recuperado “também quantidades de alumínio, comumente utilizados em redes de energia, carretéis de fibra ótica, modens de internet, tampas de metal utilizadas em galerias subterrâneas, placas de trânsito, entre outros materiais”.
A SSSP finalizou afirmando que “em relação aos casos citados, os registros foram encaminhados ao 1º DP de São Carlos e as diligências estão em andamento para identificar e prender os autores do crime”.