Pesquisa da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) recebeu nova premiação na área de vidros avançados. Os cientistas João Vitor Campos e Ricardo Felipe Lancelotti, pesquisadores de pós-doutorado do Departamento de Engenharia de Materiais (Dema), receberam o prêmio International Year of Glass (Ano Internacional do Vidro, em tradução direta) do 26º Congresso Internacional de Vidros, em Berlim.
As pesquisas conduzidas em São Carlos foram consideradas inovadoras por resolver duas questões importantes: a cristalização do vidro e a forma de relaxamento do material após a produção.
“Eu me senti muito honrado. Foi muito emocionante receber o certificado da premiação em meio a tantos pesquisadores de ponta”, afirmou Campos, que ainda destacou o privilégio de participar do Congresso e conhecer pessoas com as quais poderá estabelecer futuras parcerias. A supervisora do pós-doutorando Ana Cândida Martins Rodrigues ressaltou que, com essa premiação, ele foi considerado um jovem promissor para a área de pesquisa em vidros.
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Lancelotti também destacou a premiação: “Do ponto de vista do Laboratório de Materiais Vítreos (LaMaV), este prêmio internacional fortalece e consolida a noção de que estamos realizando pesquisa inovadora e competitiva em nível mundial, em fase com os melhores grupos vidreiros deste planeta. Também demonstra que os alunos do PPGCEM têm nível de excelência”, ressaltou o orientador.
Ao todo, o evento recebeu 879 participantes de 37 países e mais de 500 trabalhos apresentados de forma oral e como pôster. Os 17 jovens pesquisadores selecionados foram avaliados pela Sociedade Alemã de Ciência e Tecnologia em Vidros (DGG, na sigla em alemão), em conjunto com a Comissão Internacional em Vidros (ICG, na sigla em inglês) e com o Instituto de Pesquisa “Otto Schott” da “Friedrich Schiller” University of Jena.
Pesquisas
O estudo de Campos explica como fazer em segundos a sinterização, uma etapa produtiva do vidro que atualmente leva centenas de segundos. Ainda, a técnica de uso de corrente e campo elétricos tem o potencial de reduzir, em até 90%, o consumo de energia elétrica no processo. O material vitro-cerâmico desenvolvido pode ser usado em aplicação como eletrólito sólido em baterias de íons de lítio, amplamente usadas em smartphones e veículos elétricos.
“Ainda estamos em uma escala laboratorial, ou seja, cristalizando pastilhas de pequena dimensão. Todavia, para aplicação como eletrólitos sólido, as dimensões estudadas já são equivalentes às usadas em baterias do tipo coin cell [pilha botão]. Portanto, trata-se de uma técnica com grande potencial para ser aplicada industrialmente”, explicou Campos.
Já o trabalho de Lancelotti abordou o processo de relaxação estrutural de um vidro modelo, o dissilicato de lítio. “O conhecimento detalhado do fenômeno de relaxação estrutural é importante para a ciência e tecnologia de materiais, já que é relacionado à têmpera, a estabilidade e ao alívio das tensões térmicas residuais durante a fabricação de vidros”, detalhou Lancelotti.
Pela premiação, Campos recebeu premiação em dinheiro, desconto de 50% na inscrição do congresso, certificado de premiação e um ano de filiação à ICG; e Lancelotti recebeu a isenção da inscrição do congresso e certificado de premiação.
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