Jovino Rocha de Andrade, que morreu na madrugada desta quinta-feira (1º), tentava ajudar o motorista do caminhão carregado de produtos inflamáveis que explodiu em um posto de combustíveis às margens da Rodovia Washington Luís (SP-310), em Rio Claro (SP).
A vítima da explosão morava em Conchal (SP) e era proprietária de uma transportadora de colchões e sofás. No momento da explosão, o motorista tinha ido até o posto abastecer dois de seus quatro caminhões junto com a esposa, que estava dirigindo uma caminhonete.
“O caminhão chegou e entrou no posto carregado com produtos químicos pegando fogo em uma roda, e ele correu para ajudar a apagar. Quando ele chegou e foi bater na porta do caminhão, o caminhão deu uma explosão, abriu uma cratera no vácuo e jogou ele para debaixo do caminhão. Ele ligou para a esposa do José Marques, que estava com ele ali, e falou eu perdi uma perna e preciso de ajuda”, e o resgate tirou ele de lá”, explicou José de Aquino, amigo e funcionário de Jovino.
Para o amigo, o último ato de Jovino foi característico de sua personalidade. “Ele sempre foi prestativo para qualquer um, ele não olhava se era amigo ou inimigo, estava ali para ajudar. A pessoa que tinha um coração que era maior que ele”, comentou.
Atualização
Duas das 22 vítimas da explosão de um caminhão em um posto de combustíveis em Rio Claro (SP) seguem em estado grave nesta quinta-feira (1º). De acordo com Rafael Garia, diretor de urgência e emergência do município, 13 pessoas internadas na cidade tiveram ferimentos leves e dois foram operados e internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em estado grave, para cuidados intensivos. Outras nove foram atendidas em Ipeúna (SP).
“Ontem foi um trabalho bem elaborado pelo município em conjunto com os hospitais particulares e em conjunto com a santa casa, conseguimos dar um grande atendimento às vítimas, tivemos o apoio dos municípios vizinhos, tudo bem organizado e com a colaboração de todos. Queria agradecer a todos, sem exceção, todos os hospitais, funcionários e médicos envolvidos nessa grande batalha”, disse.
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Relatos
O morador de Itápolis (SP), José Custódio Ferreira, foi um dos feridos no acidente. O vendedor estava vindo de Sorocaba, quando parou no posto cinco minutos antes de acontecer a fatalidade. Ele teve ferimentos no pescoço, no rosto, nos punhos e ainda relatou que os danos não foram maiores graças à blusa que usava, que absorveu boa parte dos estilhaços.
“Eu vi pegando fogo no pneu, o caminhão estava cheio de combustível e começou a explodir, um a um, e quando fui dar ré na van, não vi mais nada. Apagou tudo, começou a cair fogo na minha van, eu abandonei e consegui pegar meu celular e a carteira com os documentos. Quando vi, estava sangrando por tudo”, disse
O dono do posto de combustíveis, Roberto Matthiesen, não estava no estabelecimento no momento da explosão, mas estava na cidade e conseguir sentir o abalo.
“Essa fatalidade ocorreu não por operação no posto, mas sim o caminhão que desceu a serra segurando no freio, quando viram o caminhão entrar já com fumaça. Estavam em uns 12 funcionários, todos embaixo da cobertura do posto trabalhando, e graças a Deus não aconteceu nada com ninguém”, comentou.
Alguns painéis de bombas voaram a 50 metros de distância. Uma funcionária do restaurante teve ferimentos leves, mas ao que parece não corre risco de vida. “Foi uma verdadeira granada. A sorte é não ter pego nenhum frentista com esses estilhaços. Afetou a estrutura metálica, o restaurante quebrou todo, os telhados das lojas que tem aqui no posto caíram”, disse.