A Santa Casa de São Carlos (SP) vai deixar de receber R$ 128 mil mensais com o corte de 12% em recursos dos programas de auxílio Pró-Santa Casa e Programa Sustentável. Medida foi anunciada pelo governo estadual.
A resolução foi publicada no Diário Oficial na quarta-feira (6). Em meio à pandemia da Covid-19, a medida vai atingir 180 unidades hospitalares.
O programa Pró-Santa Casa atende 117 instituições e vai deixar de receber R$ 41 milhões por ano. Já o Programa Sustentável, que fomenta 63 instituições, vai perder R$ 39 milhões.
A Santa Casa de São Carlos é beneficiada pelos dois programas mencionados. Com essa decisão, o hospital perderá R$ 128.388,48 mensalmente, somando R$ 1.540.661,76 no ano.
De acordo com Everton Beggiato, diretor de operações da Santa Casa, as verbas recebidas são utilizadas para custeio da operação do hospital, ou seja, tudo o que é preciso para manter o hospital em funcionamento. Por conta disso, a unidade deve sentir o impacto da decisão rapidamente.
“Quando a gente fala que vai ter uma redução, a gente fala que vai sofrer mais para honrar com os compromissos, vamos ter que tirar dinheiro de algum lugar para não deixar de abastecer o hospital naquilo que precisamos. Com certeza vai afetar os atendimentos na Santa Casa, mas ainda não conseguimos dizer onde será afetado, nosso entendimento é no âmbito global dos atendimentos”, explicou.
Para Beggiato, esse não é o momento para um corte tão importante, já que a unidade hospitalar já estão tendo que lidar com o aumento no valor de insumos e medicamentos e a suspensão de cirurgias eletivas.
“O momento de tomar essa decisão é lamentável porque no nosso entendimento, a perda financeira é dobrada. A gente está perdendo recursos que vão ser menores e consequentemente temos um aumento do custo por conta do mercado. Os insumos têm um reajuste estimado de 11%, mas alguns produtos que foram muito utilizados para tratamento de Covid, como máscaras, luvas e medicamentos anestésicos, o percentual de reajuste foi de 300%. Estamos no meio de uma situação que vamos ter que resolver e que não esperávamos”, disse.