Uma família de São Carlos está fazendo uma campanha para encontrar um doador de medula óssea para Carlos Balieiro, diagnosticado com anemia aplástica, doença rara que acomete de 2 a 4 pessoas em 1 milhão, segundo o Ministério da Saúde.
A ação de cadastramento de novos doadores vai acontecer na terça-feira (5), das 9h às 14h, no Anfiteatro da Engenharia Elétrica e de Computação (EESC-USP), que fica na Avenida Trabalhador São-carlense, 400.
A anemia aplástica – ou aplasia medular – é uma condição em que o organismo deixa de produzir células e apresenta diversos sintomas. O tratamento é feito de acordo com o grau da aplasia e pode incluir medicamentos imunossupressores, antibióticos, transfusões sanguíneas e, nos casos mais graves, transplante de medula óssea.
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Onde tudo começou
A luta de Carlos Balieiro começou em novembro de 2021, quando percebeu o surgimento de manchas avermelhadas no braço e na barriga, que logo ficavam roxas e sumiam. O problema chamou atenção e ele decidiu procurar um médico. Os exames mostraram que suas plaquetas estavam abaixo do normal.
“Em janeiro fiz alguns exames cujo resultados saíram em fevereiro, afastando a hipótese da leucemia, porém ainda os exames estavam ruins, os glóbulos brancos e vermelhos começaram também a ser afetados. Busquei o especialista que continuou o processo investigativo para buscar um diagnóstico”, explicou.
Em abril, Carlos precisou fazer uma biópsia na medula óssea e recebeu o diagnóstico de aplasia medular, cujos sintomas mais comuns são: cansaço, falta de ar, ritmo cardíaco acelerado, febres e infecções recorrentes, hematomas, manchas, entre outros.
O são-carlense precisou se afastar do trabalho para se iniciar o tratamento no começo de junho, no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, e passou por mudanças significativas no cotidiano, tanto no aspecto pessoal quanto familiar. Hoje, por exemplo, ele não pode dirigir.
“Fazia exercícios físicos regularmente, mas no momento não posso, pois há uma redução muito significativa nas energias/vitaminas do organismo, todo o sistema sanguíneo, glóbulos vermelhos e branco e plaquetas, sofrem alterações, o que impossibilita atividades rotineiras, pois geram cansaços e vertigens. Com o início do tratamento esse quadro tem melhorado, hoje consigo realizar mais atividades que outrora não conseguia, mas ainda com bastante cautela”, contou.
A ideia da campanha veio de uma conversa com a esposa. Como o Banco de Sangue de São Carlos não realiza o cadastramento de doadores de medula, ele precisou se movimentar para trazer uma equipe do HC para o procedimento. “Nesse sentido estamos lançando a campanha que vai acontecer na terça-feira. A campanha pode salvar minha vida, mas também pode salvar de outras pessoas“, completou.
Como ser um doador
O voluntário à doação irá assinar um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), e preencher uma ficha com informações pessoais. Será retirada uma pequena quantidade de sangue (10ml) do candidato a doador. É necessário apresentar o documento de identidade. Se você é um doador, atualize o cadastre no site ou baixe o aplicativo do Redome.
Os requisitos necessários para ser um doador são:
Ter entre 18 e 35 anos;
Estar em bom estado geral de saúde;
Não ter doença infecciosa ou incapacitante;
Não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico.
Algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, os casos são analisados individualmente. Mais informações sobre doadores, pacientes e processos de transplante podem ser encontradas no site do Redome (clique aqui).
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