Mais de 50 veteranos do Batalhão da Guarda Presidencial se reuniram em São Carlos (SP) neste sábado (25) em encontro anual do Batalhão da Saudade. O evento foi realizado em restaurante na sede de campo do São Carlos Clube.
Ex-militares de diversas partes do país confraternizaram e lembraram da turma de 1964 do serviço obrigatório na então recém-inaugurada capital federal, Brasília (DF).
O encontro acontece após intervalo imposto pela pandemia de Covid-19. Com os membros vacinados, sobram rememorações de um ano conturbado na história nacional, mas com boas lembranças, na opinião de Carlos Mancuso, o nº 1831, presidente do Batalhão da Saudade de São Carlos.
“Essa foi a minha maior aventura da minha vida. Eu emociono porque tive filhos, netos, todas emoções, mas servir ao BGP é a maior delas”, resume.
A maior parte dos presentes no evento tem entre 75 e 76 anos. O Batalhão da Guarda Presidencial é considerado a primeira unidade militar genuinamente brasileira. Ela surgiu por meio de decreto imperial assinado por Dom Pedro I em 1823, meses após a Independência.
“Preservamos essa amizade, que é de irmãos, e estamos aqui, os que estão vivos. Outros já partiram e foram batalhar em outros campos, mas estamos aqui juntos enquanto a vida durar”, opina Ademir Antônio Carlos, da turma de 1964.
Carlos relembra que Brasília era uma cidade nova e o Brasil vivia tempos conturbados. Jovens de diversas partes do país foram convocados a servir na nova capital federal. Somente em São Carlos foram 52 rapazes.
Morador de Araraquara, o educador físico Teobaldo Alves dos Santos, Tutu, comenta que o BGP chegou a ficar encarregado de policiamento urbano em Goiânia, mas o grupo não tivera participação hostil.
Melhorar o moral
Foi em tempos democráticos que surgiu a ideia de reunir os veteranos do BGP em encontros anuais em diversas partes do país e em Brasília, nos aniversários do batalhão. Era fim de 1989 quando João Guilherme Rosa Flávio de Castro e um amigo tiveram a ideia de dar uma “animada no Exército”.
“Eu via nos jornais que o Exército tinha sido muito combatido pelo presidente daquela época e isso de deixou chateado. Eu e a turma de Franca (SP) decidimos da uma animada e fundamos o Batalhão da Saudade. No ano seguinte começamos a chamar os nossos tenentes que já eram coronéis para participar”, finaliza.