Quase 200 cientistas de São Carlos (SP), entre UFSCar e institutos de Química e Física da USP, estão no ranking de 10 mil pesquisadores que mais se destacaram em produtividade na América Latina.
O AD Scientific Index 2021 traduz o impacto dos trabalhos dos pesquisadores por meio de indicadores de produtividade, alcance e citações em trabalhos científicos.
A listagem mostra que a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) tem 132 cientistas entre os mais produtivos da América Latina. A instituição está na 13ª colocação de instituições com mais cientistas no ranqueamento. São Carlos conta também 42 listados do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) e 21 do Instituto de Química de São Carlos (IQSC), ambas vinculada à Universidade de São Paulo (USP).
Para o professor Leandro Innocentini Lopes de Faria, do Departamento de Ciência da Informação e presidente do Grupo de Trabalho GT Rankings da UFSCar, a presença no novo ranking mostra o reconhecimento dos pesquisadores e da universidade na comunidade científica. No futuro ele poderá ajudar a nortear as ações e projetos da Federal, que ocupa a 13ª posição de instituições na América Latina.
“Para os docentes, estar entre os considerados melhores traz um reconhecimento da comunidade em que ele atua e uma satisfação pelo esforço diário que ele tem dedicado às suas atividades”, afirma.
Faria ainda comentou que a pesquisa e publicação científica são apenas uma parte da rotina dos professores, que participam da formação dos alunos e prestam serviços à comunidade.
A Universidade de São Paulo conta com 1.914 cientistas no ranking e é a primeira colocada. Deste total, mais de 60 são dos institutos de Física e Química locais.
Para o diretor do IQSC, Emanuel Carrilho, o número de pesquisadores de São Carlos na lista de mais produtivos poderia ser maior se a base de dados não se restringisse ao Google Scholar, plataforma de pesquisa e repositório de publicações científicas.
“Sabemos de outros pesquisadores que não apareceram na lista de 10 mil mas que têm números para figurar, isso é uma falha no processo de coleta de dados”, afirma.
No Instituto de Física da USP São Carlos, o professor Osvaldo Novais de Oliveira Júnior, um dos citados na lista, lembra que a produção científica em São Carlos é grande a vai além dos muros das duas universidades públicas. A presença de dois polos da Embrapa e empresas de alta tecnologia atuando dá para a Capital da Tecnologia uma atmosfera de inventividade.
“Esse ambiente foi criado a partir do esforço coletivo de muitos professores, professoras e pesquisadores que fazem a cidade ter destaque”, comenta.
Oliveira lembra que tecnologias desenvolvidas no Instituto de Física fazem parte do cotidiano da cidade. Uma das áreas em que invenções são aplicadas é a medicina e a agricultura. “É um dos locais que mais gera tecnologia para a medicina e área da saúde a partir da física”.
Para além da comemoração do feito, Oliveira relembra que são necessários mais investimentos na educação pública e valorização dos professores do ciclo básico para que o Brasil dê um salto de qualidade no ensino. “Para que a gente possa aproveitar ainda mais o conhecimento gerado nas universidades”, concluiu.