A Unesp de Rio Claro decidiu retomar nesta sexta-feira (2) as aulas do Instituto de Biociências (IB), que ficaram suspensas por dois dias após o incêndio que destruiu laboratórios, equipamento e um acervo de décadas de material científico.
De acordo com a universidade, a decisão de retorno foi pensada “para não haver prejuízo aos estudantes que utilizam as dependências do local”. A direção fará um remanejamento para outros espaços letivos com ajuda do Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE).
O prédio central passará por limpeza e higienização profunda nos próximos dias e, segundo a Unesp, “será alvo de esforço conjunto da universidade para que volte a ter, o mais breve possível, capacidade plena para abrigar atividades acadêmicas”, informou em nota.
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O prejuízo total ainda não foi contabilizado até o momento, mas equipes de docentes, do setor administrativo e da gestão do campus estão analisando os danos científicos e materiais causados pelas chamas, ação que deve seguir pelos próximos dias.
Sem auto de vistoria
Embora o prédio estivesse equipado com hidrantes, extintores e outros itens de segurança, segundo a universidade, o local não tinha o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros, documento que certifica que a edificação tem condições de segurança contra incêndios.
Além dos equipamentos valiosos que foram perdidos, o espaço guardava um acervo didático da década de 60 que era usado na formação de biólogos. Entre eles: animais empalhados e in vitro; peixes da Antártica; parasitas de peixes de lugares longínquos; material do mar Mediterrâneo; material seco com concha de molusco e insetos; equipamentos e pesquisas que estavam em andamento.
Na quinta-feira, estudantes e professores se reuniram em uma assembleia para manifestarem a solidariedade e lamentarem as perdas de décadas de pesquisas perdidas no IB.
Em comunicado emitido também na quinta, a Unesp informou que tinha ciência da necessidade de reforma do espaço, mas reforçou que a crise orçamentária não permitiu que obras fossem feitas. No entanto, neste ano o instituto tinha recebido um montante de R$ 5 milhões para reparos estruturais e outros investimentos.
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