A Escola Politécnica (Poli) da USP realizará, nesta sexta-feira (28), uma cerimônia de diplomação honorífica para estudantes mortos pela ditadura militar. Entre os homenageados está o são-carlense Lauriberto José Reyes, assassinado em 1972, aos 27 anos.
O evento acontecerá no Auditório Prof. Francisco Romeu Landi, no prédio da Administração da Poli, na Avenida Prof. Luciano Gualberto, 380, Butantã, São Paulo, a partir das 17h. Antes da cerimônia, haverá uma exposição e uma roda de conversa, às 15h.
A iniciativa, chamada “Diplomação da Resistência”, concederá diplomas honoríficos a 31 estudantes da USP mortos durante a ditadura militar brasileira, buscando reparar injustiças e preservar a memória dos ex-alunos. De acordo com a Comissão da Verdade da USP, a ditadura fez 39 vítimas fatais entre alunos da universidade, além de seis professores e dois funcionários.
O evento também prestará tributo aos estudantes politécnicos Luiz Fogaça Balboni, Manoel José Nunes Mendes de Abreu e Olavo Hanssen.
A trajetória de Lauriberto José Reyes
Conhecido como Lauri entre amigos e familiares, Lauriberto demonstrou, desde jovem, indignação com as injustiças sociais. Durante a adolescência, publicou artigos críticos no jornal de sua escola, “O Diocesano”.
Em 1965, ingressou na Escola Politécnica da USP e passou a morar no conjunto residencial da USP, onde se tornou diretor cultural. No ambiente universitário, participou de debates sobre militância política, o tropicalismo e a criação artística.
Além de sua trajetória acadêmica e cultural, Lauri atuou ativamente em movimentos políticos e estudantis. Foi integrante do Movimento de Libertação Popular e fez parte da direção executiva da União Nacional dos Estudantes em 1968.
Sua militância o colocou no radar da repressão. Em 1972, aos 27 anos, Lauriberto foi assassinado pela ditadura militar.
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