São Carlos emplacou 9 das 100 mais promissoras deep techs paulistas para o ano 2023, mostra levantamento feito pelo Sebrae for Startups em parceria com a Wylinka. O município tem a terceira maior concentração de startups de base científica e tecnológica do Estado de São Paulo.
As startups são-carlenses que estão na ponta do desenvolvimento tecnológico paulista são de setores como biotecnologia, construção civil e smart buildings, financeiro, saúde, agronegócio e indústria 4.0.
As mais promissoras startups sediadas em São Carlos são: Agrientech (agro), Cellco (biotecnologia), FIT – Fine Instrument Techonology (biotecnologia), Ambar (construção civil e smart buildings), Itera (financeiro), LabXon (indústria 4.0), nChemi (indústria 4.0), Toledo & Souza (indústria 4.0) e Brain4care (saúde).
O levantamento foi realizado por meio de chamada pública, indicação de escritórios regionais do Sebrae e pelo ecossistema de inovação e mapeamento ativo feito pela Wylinka e pelo Núcleo de Política e Gestão Tecnológica da USP. Inicialmente, 537 startups foram elencadas com potencial de participação do prêmio. Foram “filtradas” as empresas sem base científica e instaladas fora de São Paulo. As 277 restantes passaram por um pente-fino, com avaliação mais profundada. As nove de São Carlos estão entre as que receberam as melhores notas.
Segundo a Fapesp, as 103 premiadas, 71 foram apoiadas por fundações públicas, como o Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Fipe), para apoiar seus projetos.
Terceiro maior polo de SP
A Capital da Tecnologia concentra 8,2% das deep techs paulistas, atrás de São Paulo (40%) e Campinas (10%), mas a frente de cidades como Ribeirão Preto (7,8%) e São José dos Campos (4,6%). O percentual coloca São Carlos como o terceiro maior polo de inovação de SP.
A pesquisa mostra aumento exponencial do número de startups científicas no Estado. Entre 2011 e 2013 foram fundadas 13 empresas do tipo, número que saltou para 64 entre 2014 e 2016 e 87 nascentes entre 2017 e 2019.
“A ideia foi fazer um mapeamento mais amplo de startups científicas do Estado de São Paulo de modo a entender o potencial de crescimento e de impacto, além de identificar onde estão situadas, quais os setores em que atuam, se já têm mercado e receberam investimento, entre outras questões”, diz Maria Augusta Miglino, consultora de inovação do Sebrae for Startups para a Agência Fapesp.
Ao identificar 388 startups de base científica e tecnológica em operação no Estado, a pesquisa mostra que grandes universidades, institutos de pesquisa e ambientes de inovação se tornam ambientes férteis para a proliferação de startups deep techs em uma determinada região. São Carlos se destaca pelas presenças da USP, UFSCar, Embrapas e Onovolab.
O mapeamento do Sebrae e Wylinka ainda revela que cerca de 90% das startups são detentoras de uma nova solução tecnológica, sendo que 62% têm como foco a aplicação da solução em um mercado já consolidado e 29% demonstram ter maior potencial de inovação, aplicando a solução em mercados ainda não explorados.
A maioria iniciou o desenvolvimento tecnológico entre um e cinco anos e aproximadamente 50% consideram que sua solução já está pronta para o mercado.
“As startups científicas trabalham com tecnologias complexas, muitas vezes com prazo de maturação mais longo do que as startups digitais. São projetos que demoram anos na bancada de laboratórios e são embasados em um conhecimento que vem sendo construído e validado”, explicou a consultora de inovação do Sebrae for Startups Maria Augusta Miglino à Agência Fapesp.
Aproximadamente 50% delas receberam investimento superior a R$ 1 milhão. Dessas, a maioria (cerca de 70%) são empresas de micro e pequeno porte, com faturamento de até R$ 4,8 milhões.
*Com informações da Agência Fapesp.