Empresas de São Carlos (SP) devem sentir o impacto do aumento do gás canalizado promovido pela Petrobras. A estatal aumentou em 39% o preço do comburente, que na região é distribuído pela GásBrasiliano.
Segundo a GásBrasiliano, a alteração de preços para clientes industriais e para o gás natural veicular (GNV) deve chegar nas próximas semanas, seguindo a trimestralidade da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp).
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Já o aumento pode demorar um pouco mais para consumidores residenciais e comerciais. O reajuste nos preços é feito de forma anual, salvo em ocasiões excepcionais. O último aumento foi aplicado em dezembro pela agência.
O gás natural é usado por consumidores que recebem gás canalizado tanto para cocção quanto para aquecimento de água, por exemplo, e é importante insumo industrial, com grande peso nos custos de setores como químico, vidros e energia, por exemplo. O gás canalizado também é disponibilizado em alguns postos de combustíveis como GNV. Em 2020, São Carlos consumiu 9,296 milhões de metros cúbicos de gás, volume um quinto menor do que o aferido em 2019.
Segundo a Petrobras, os novos valores vigoram a partir do dia 1º de maio. No país, o reajuste do preço do gás pela estatal é realizado a cada três meses. O novo reajuste é o terceiro promovido pela estatal após os cortes do começo da pandemia de Covid-19. No mês de setembro, a companhia havia aumentado em 33% o custo do gás para as distribuidoras.
A Petrobras justificou a cotação do petróleo no mercado e a taxa de câmbio para majorar o preço da “molécula”, como a indústria do gás chama a mercadoria. O reajuste válido a partir do mês que vem leva em consideração as variações do primeiro trimestre.
“Durante esse período, o petróleo teve alta de 38%, seguindo a tendência de alta das commodities globais. Além disso, os preços domésticos das commodities tiveram alta devido à desvalorização do real”, disse a empresa em comunicado.
Além dos custos da molécula, houve aumento relacionado ao transporte do combustível, tarifa regulada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) e ajustada via Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M). A chamada “inflação do aluguel” está em franca ascensão e agora impacta indiretamente nos custos da indústria.
No começo da pandemia de Covid-19, o preço do gás natural chegou a despencar 35%, reflexo da queda da cotação no mercado internacional. Com a retomada em mercados maduros, o preço voltou a subir na segunda metade do ano.