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EconomiaInflação em 12M para mais pobres ainda é 15% superior à dos mais ricos, diz Ipea

Inflação em 12M para mais pobres ainda é 15% superior à dos mais ricos, diz Ipea

Em habitação, pesaram em novembro os aumentos na energia elétrica (1,2%), gás de botijão (2,1%), gás encanado (2,0%), aluguéis (0,84%) e condomínios (0,95%)

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Inflação pesou mais para as famílias pobres. (Foto: Amanda Rocha)
Inflação pesou mais para as famílias pobres. (Foto: Amanda Rocha)

A queda nos preços dos alimentos e de itens de higiene pessoal fez a inflação dos brasileiros mais pobres ter um alívio maior que a dos mais ricos no mês de novembro, segundo dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). No entanto, a taxa acumulada em 12 meses percebida pelo grupo de renda muito baixa ainda é aproximadamente 15% maior do que a sentida pela alta renda.

O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda registrou uma desaceleração da pressão inflacionária na passagem de outubro para novembro em todas as faixas de renda. O aumento de custos foi mais brando entre as famílias mais pobres, com renda domiciliar inferior a R$ 1.808,79 mensais: a variação dos preços passou de alta de 1,35% em outubro para elevação de 0,65% em novembro.

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Entre as famílias de renda mais alta, que recebem mais de R$ 17 764,49 mensais, a inflação saiu de 1,20% em outubro para 1,02% em novembro. Entre os de renda média alta, com rendimento domiciliar mensal entre R$ 8.956,26 e R$ 17.764,49, a inflação desacelerou de 1,10% para 1,08% no período.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e usado pelo Ipea para fazer o cálculo da inflação por faixa de renda, encerrou novembro com avanço de 0,95%, ante uma elevação de 1,25% em outubro. Em 12 meses, acumulou 10,67%.

Em novembro, os gastos com transportes e habitação deram a maior contribuição para a inflação percebida por todos os segmentos de renda familiar. Em transportes, houve reajustes na gasolina (7,4%), etanol (10,5%), tarifas de ônibus interestadual (1,6%), transportes por aplicativo (6,8%), automóveis novos (2,4%) e automóveis usados (2,4%).

“Observa-se, entretanto, que, para as famílias de rendas mais altas, parte desse impacto inflacionário foi amenizada pelas quedas de 6,1% das passagens aéreas e de 1,8% do aluguel de veículos”, apontou a técnica Maria Andreia Parente Lameiras, na Carta de Conjuntura do Ipea divulgada nesta quarta-feira.

Em habitação, pesaram em novembro os aumentos na energia elétrica (1,2%), gás de botijão (2,1%), gás encanado (2,0%), aluguéis (0,84%) e condomínios (0,95%). Entre as famílias de renda mais elevada, o encarecimento dos serviços pessoais e de recreação, como hospedagem (2,6%) e pacote turístico (2,3%), pressionou a inflação em novembro. Por outro lado, os grupos alimentação e bebidas e saúde e cuidados pessoais trouxeram um alívio inflacionário para as famílias, especialmente as de renda mais baixa.

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“No caso dos alimentos, as quedas nos preços de itens importantes na cesta de consumo, como cereais (-3,2%), carnes (-1,4%) e leite e derivados (-1,5%), explicam a contribuição negativa desse segmento para a inflação das famílias de renda mais baixa. De modo semelhante, a deflação de 3,0% dos artigos de higiene pessoal atuou como um importante fator de ajuda inflacionária para todos os segmentos de renda”, apontou a pesquisadora do Ipea, no estudo.

A inflação acumulada em 12 meses até novembro foi de 11,0% para as famílias mais pobres, cerca de 15% superior à taxa de 9,7% observada no segmento mais rico da população.

“Por um lado, os reajustes de 31,9% da energia elétrica e de 38,9% do gás de botijão, aliados à alta de 9,7% dos alimentos no domicílio, explicam o comportamento da inflação em doze meses para as classes mais baixas. Por outro, os aumentos dos combustíveis (52,8%), das passagens aéreas (36,6%) e dos serviços de recreação (8,6%) contribuíram fortemente para a inflação das faixas de renda mais altas”, apontou Lameiras, na nota.

O indicador do Ipea separa por seis faixas de renda familiar as variações de preços medidas pelo IPCA. Os grupos vão desde uma renda familiar menor que R$ 1.808,79 por mês, no caso da faixa com renda muito baixa, até uma renda mensal familiar acima de R$ 17.764,49, no caso da renda mais alta.

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Bruno Moraes
Bruno Moraeshttps://www.acidadeon.com/saocarlos/
Bruno Moraes é repórter do acidade on desde 2020, onde faz a cobertura política e econômica. É autor do livro “Jornalismo em Tempos de Ditadura”, pela Paco Editorial.
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