Visitados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao longo desta semana, Rússia e Hungria estão em lados diferentes da balança comercial de São Carlos. Os dois países geraram mais de R$ 70 milhões em trocas comerciais no ano passado. O valor representa 1,5% dos R$ 4,65 bilhões transacionados em mercadorias pelo município.
Sede da fábrica de motores da Volkswagen, São Carlos recebe anualmente grandes volumes de peças oriundas da Hungria. Por lá, a montadora alemã tem uma fábrica localizada em Gyor.
Em 2021, o país governado pelo ultradireitista Victor Orbán exportou para o Brasil pouco mais de US$ 12 milhões, algo em torno de R$ 62 milhões em conversão direta. Por outro lado, as vendas para o país do Leste Europeu são incipientes e não chegam a US$ 24 mil (R$ 123 mil).
Já o gigante euroasiático governado por Vladimir Putin tem trocas comerciais nas duas rotas. As importações somaram US$ 894 mil (R$ 4,6 mi) no ano passado e as exportações, US$ 1,3 milhão (R$ 6,7 mi). Na pauta de compras constam ferro-ligas e níquel em estado bruto mineral de uso siderúrgico. São enviados para a Rússia bombas e compressores, ferramentas pneumáticas e produtos de beleza.
Para o professor de economia Cláudio Paiva, o presidente poderia ter aproveitado mais o itinerário internacional para alargar as pautas de exportação e abrir mais mercados para os produtos brasileiros. O economista avalia haver mais espaço para exportações locais.
“Evidentemente o interesse é sempre ampliar, sempre que possa fazer essas relações, para que possamos alargar a pauta (de comércio exterior)”, afirma.
Em Araraquara
A segunda maior cidade da região, Araraquara, tem exportação à Rússia baseada em commodities agrícolas, como carne bovina e miúdos, que somaram US$ 19 milhões (R$ 98 mi) no ano passado. A cidade importou do país de Putin US$ 1,78 milhões (R$ 9,1 mi) majoritariamente em garrafas de vidro. Com a Hungria, praticamente não houve trocas comerciais no ano passado.