Os são-carlenses fecharam o mês de julho com mais de R$ 341,6 milhões em dívidas inscritas no Serasa Experian, informou o bureau de crédito nesta semana. Os números estão em patamar semelhantes aos da pré-pandemia de Covid-19.
O município tem 73.439 consumidores com o nome negativado no escritório de crédito. São 278 mil dívidas inscritas com o pagamento pendente. Na média, cada devedor teria de pagar R$ 4.652,60 para quitar a dívida.
Para o economista Paulo Cereda, os valores brutos mostram um cenário de estabilidade nas dívidas das famílias são-carlenses. Em janeiro do ano passado, 73.642 consumidores locais deviam R$ 342,6 milhões. O “estoque de dívidas” caiu de 290,6 mil para 278,1 mil desde então.
“Em termos de quantidade de inadimplentes houve diminuição, mesmo sendo uma variação pequena, é uma boa notícia. Não são números exuberantes. Já caiu, é uma notícia que deve ser comemorada. O horizonte das famílias começa a equalizar o seu orçamento saindo da pandemia ainda que haja grandes desafios como a inflação no orçamento”, afirma.
A dívida dos são-carlenses esteve em patamar de R$ 342 milhões no começo do ano passado e subiu para R$ 354 milhões em abril, primeiro mês cheio na pandemia. A partir de então, empreendeu movimento de descida até os R$ 326 milhões verificados em dezembro. Em março, com o repique pandêmico, novo aumento que desembocou no pico de R$ 348 milhões em maio. Desde então, vem em movimento de queda.
“Uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio mostra que 81,5% do endividamento das famílias são com cartão de crédito. O risco desse tipo de financiamento é elevado”, afirma.
O economista vê com preocupação o atual cenário de alto desemprego e redução da renda familiar, mas ressalta haver tendência de diminuição na inadimplência a curto prazo. “É um perfil de dívida que dá tristeza, pois são gastos com consumo de alimentos, energia, manutenção da casa”.
Segundo a Serasa, bancos e cartões representam 29% das dívidas, que os colocam em primeiro lugar. Na sequência vêm utilidades (contas de consumo como água, luz, telefonia), com 23,59%, e varejo, com 13%. No país, 35,5% dos inadimplentes têm entre 26 e 40 anos e 35,3%, entre 41 e 60. Os dois grupos somam 70% do total.