A balança comercial de São Carlos teve resultado positivo no ano passado. O saldo, porém, foi 60,3% menor do que em 2020. As compras e vendas continuam dominadas pela fabricação de motores de veículos.
Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Fazenda.
Em números absolutos, São Carlos vendeu US$ 477,2 milhões nos 12 meses do ano passado. São 4,2% a mais do que o total de 2020, o primeiro ano da pandemia de Covid-19. A redução pode ser explicada pelas exportações de motores de veículos, cuja movimentação foi 28,3% menor US$ 69 milhões a menos). No ano passado, a Volkswagen chegou a suspender a fabricação de motores na cidade por conta da falta de insumos. Ainda assim a fabricação do componente foi responsável por 36% das exportações de São Carlos. Na sequência vêm os lápis (15%), bombas de ar ou vácuo (14%) e ferramentas pneumáticas, hidráulicas ou de motor (8,1%)
Nas entradas, a cidade absorveu US$ 426,5 milhões em mercadorias, 29% a mais do que em 2020. As compras mostram o peso do setor automotivo na produção industrial de São Carlos, com 18% das importações referentes a partes de motores, como blocos, e outros 14% vindos de veios de transmissão e componentes de transmissão.
As trocas comerciais de São Carlos, resultado da soma de importações e exportações, chegaram US$ 903,7 milhões em 2021. Em moeda local são R$ 4,98 bilhões. As transações correntes são 14,7% maiores do que as de 2020, na comparação em dólar.
Para o economista Paulo Cereda, o resultado positivo no saldo comercial de São Carlos é “uma notícia boa”, pois mostra que o município acompanha a balança comercial do país.
“Isso é uma boa notícia. Também precisamos ver que a nossa cesta de produtos de exportação, nossas indústrias, prestadoras de serviços que prestam de forma internacional, estão com os seus desempenhos fortalecidos. Chama a atenção o câmbio a 5,67 no final do ano, que é favorável às exportações”, comenta.
As trocas comerciais são-carlenses são mais intensas com países das Américas. Os Estados Unidos representam 17% da carteira de negócios, seguidos pelo México, com 15%, e China, 12,8%. A Alemanha foi responsável por 8,6% das comercializações.
Entre os principais clientes estão México (27,7%), Estados Unidos (22,2%), e Argentina (14,9%). Os maiores fornecedores são China (26,2%), Alemanha (17,2%) e Estados Unidos (11,1%).
Para 2022, o aquecimento das transações comerciais dependerá da manutenção dos incentivos fiscais nos países parceiros. A preocupação com a inflação pode fazer com que governos locais tirem o pé da aceleração da economia, reduzindo o intercâmbio internacional, avalia Cereda.