SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Scania e a Volvo irão paralisar a produção de veículos tanto devido ao agravamento da pandemia e à lotação de UTIs em diversas cidades quanto à falta de insumos para produção.
“A decisão foi tomada em virtude de uma combinação de fatores, entre eles o apoio às autoridades para diminuir o número de pessoas circulando durante o período de antecipação dos feriados na Região do Grande ABC e as dificuldades na estabilidade da cadeia de suprimentos”, informou a Scania.
A fábrica da montadora em São Bernardo do Campo (SP) irá funcionar até esta quinta-feira (25), depois suspenderá as atividades e só retomará a produção no dia 5 de abril, após a Páscoa.
A Volvo não irá interromper a produção em sua fábrica de Curitiba (PR), mas fará um corte significativo na produção de caminhões pelo restante do mês.
Além do problema de saúde pública por causa da pandemia, a falta de insumos vem afetando diversas montadoras.
Volkswagen vai suspender produção em São Carlos
Em meio às incertezas da pandemia, indústria gera postos de trabalho em São Carlos
A GM já havia paralisado a produção do Onix, o carro mais vendido do país, por falta de peças. A previsão era que a fábrica de Gravataí (RS), onde o modelo é produzido, retornasse em junho. A montadora, porém, adiou a volta para o mês seguinte, julho.
Na sexta-feira (19), a Volks confirmou interrupção da operação fabril de quarta (24) ao dia 5 de abril, totalizando 12 dias. A empresa tem fábricas nas cidades paulistas de São Bernardo do Campo, Taubaté e São Carlos, além de uma planta em São José dos Pinhais (PR).
A Volkswagen também atribui a paralisação à piora na pandemia, com aumento da taxa de ocupação dos leitos de UTI nos estados, mas a empresa é outra que sofre com problemas de fornecimento. A escassez significativa de semicondutores levou a vários gargalos de fornecimento na indústria automotiva, disse o presidente da montadora no Brasil e região da América Latina, Pablo Di Si.
Por falta de peças, a Honda interrompeu a produção do sedã Civic no início de março, enquanto a Fiat dispensou cerca de 10% dos trabalhadores até semana passada para diminuir a produção.
Em abril do ano passado, a crise de Covid alterou toda a cadeia produtiva de veículos, levando à suspensão das linhas de montagem de todas as marcas no Brasil.
O setor de automóveis viveu seu pior momento industrial desde a década de 1950.
Após o anúncio de paralisação da Volkswagen, aumentou a pressão pela parada total na região. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC afirma que continua em negociação com as demais empresas da região.