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Lazer e CulturaArtista de São Carlos utiliza arames para fazer esculturas

Artista de São Carlos utiliza arames para fazer esculturas

Com dedicação e delicadeza, Daniel Paschoalin coloca as mãos à obra utilizando materiais acessíveis e que estão debaixo dos nossos olhos”

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Pode-se dizer que a chegada da tecnologia afastou os olhos de muitos para o que é natural, mas para o artista Daniel Paschoalin, de São Carlos, sempre foi o contrário. Com obras de metros de altura utilizando arames, ele se destaca e vive integralmente de sua arte, trazendo um olhar minucioso para o que está diante de cada um.

Quando pequeno, Daniel Paschoalin já se divertia com arames, mas a descoberta de que a simples ferramenta poderia se transformar em arte veio durante a faculdade, quando o artista foi tomado por um mundo que até então desconhecia, o da arte contemporânea.  

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Um de seus professores, Spencer Pupo Nogueira, foi quem lhe apresentou a arte de arame. Nos intervalos da aula, as equipes se reuniam para admirar os pequenos cavalos feitos pelo artista. Ali, em meados de 2000, o amor nascia junto com as descobertas do que a arte é capaz.

Hoje, ele trabalha com arames e materiais orgânicos como galhos, folhas secas, prendedores e afins. “É pela linguagem do meu trabalho que consigo comercializar, porque também não é qualquer pessoa que compra. Tenho feito em solda também, uma opção para oferecer às pessoas para ficar no ar livre, para condomínios, parques, etc.”, disse. 

A Leoa, feita em 2018, foi sua primeira arte na linguagem geométrica, e também é o seu xodó. “Eu não sabia se ia dar certo, nós construímos uma de papel desse tamanho e o papel parou de pé, então resolvi fazer o arame”, contou.

Depois vieram as esculturas maiores, que chegaram a ultrapassar três metros de altura e estão expostas em locais famosos como o Beco do Batman, por exemplo. Outros de seus trabalhos exploram ainda a pluralidade, como o Multitudes, onde pessoas e suas características são representadas por prendedores.

“O que me interessa é falar de diversidade, mas sem fazer narrativas étnica-raciais, ideológicas, e o material não tem uma necessidade de cumprir um lugar de fala. Quando comecei a trabalhar com arame, tinha essas questões porque o arame não tem cor, efetivamente é uma narrativa mais generalista”, disse.

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Hoje, sua maior saudade é a estabilidade, já que com a pandemia precisou pensar em outras formas de produção e venda de seus trabalhos. “O maior entusiasmo para as coisas darem certo é a necessidade. Eu penso: preciso pagar conta, preciso viver. É um samba de uma nota só”, disse.

União artística
Viver exclusivamente de arte em um cenário desvalorizado é difícil. Para o artista, muita gente ainda não se assume integralmente e geralmente tem a arte apenas como um hobbie ou renda extra, muito por conta dessa dificuldade.

Com isso, existe um esforço ainda maior para promover os artistas locais. Neste contexto, a cidade vive um bom momento, já que recentemente reativou o Conselho da Cultura, que foi desativado há mais de quatro anos. Agora, várias lideranças culturais seguem se fortalecendo.

“É a coisa de São Carlos ter muita gente extremamente capacitada. Na cultura a cidade é muito bem servida, tanto de artistas como de produtores culturais, músicos, pessoas do teatro”, disse.

Neste sentido, Paschoalin se juntou com outros artistas para desenvolver cartões postais que expressassem as artes dos envolvidos através da fotografia. Segundo ele, uma forma de mostrar a diversidade dos artistas locais.

“Para mim era interessante porque eu ficava pensando que tinha que ter uma amostragem dos trabalhos, porque para a gente de artes visuais é importante ser visto. Hoje estamos mais conectados e podemos dizer que virão coisas boas”, finalizou. 

Algumas obras de Daniel Paschoalin podem ser encontradas no Instagram @_dmp.art.

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