Ele contribuiu para revolucionar a forma como os Estados Unidos apreciam um dos esportes mais tradicionais do país, o beisebol. Ao criar uma ferramenta avançada de rastreamento que passou a ser utilizada pela principal liga norte-americana do esporte, a Major League Baseball (MLB), o brasileiro Cláudio Silva ganhou as páginas da mídia do país e recebeu, em 2018, o Prêmio Emmy de Tecnologia e Engenharia da Academia Nacional de Televisão, Artes e Ciências, a National Academy of Television Arts & Sciences (NATAS).
Professor da Universidade de Nova York e cientista especializado nas áreas de computação, engenharia e ciência de dados, Silva é o convidado de um evento especial: a abertura solene das comemorações dos 50 anos do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP, em São Carlos. A iniciativa acontecerá no dia 25 de agosto, às 14h30, quando o professor ministrará a Aula Magna Rumo a uma melhor compreensão da ciência de dados no esporte, que será transmitida pelo canal ICMC TV pelo Youtube neste link: https://youtu.be/ATwK_rk2kfw.
Aberta à participação de todos os interessados, a iniciativa não demanda inscrições prévias. Durante o evento, Silva vai relatar a trajetória que o consagrou como um dos responsáveis por transformar o modo como times, atletas, fãs e especialistas vêem o beisebol, além de revelar como a tecnologia pode ser empregada para revolucionar outros esportes.
“Embora sempre tenha havido interesse em analisar dados esportivos, essa área de pesquisa tem recebido muito mais atenção nos últimos anos, devido ao reconhecimento da importância das estatísticas e à proliferação dos dados disponíveis”, explica Silva. De 2012 a 2017, ele atuou como consultor sênior do sistema empregado pela MLB, que envolve inúmeras câmeras de alto desempenho instaladas em vários pontos-chave dos estádios em conjunto com um software que produz visualizações altamente interativas do jogo, fornecendo detalhes sem precedentes como a captura de imagens (30 frames por segundo) de cada jogador e de toda a trajetória da bola. Todos esses dados permitiram entender o jogo em campo sob uma nova perspectiva e criar novas métricas para avaliação de clubes, olheiros, jogadores e fãs.
Silva explica que, atualmente, vivemos um novo cenário na área: “Em vez da escassez anterior, os analistas agora têm acesso a volumes de dados de jogo altamente precisos. Esse dilúvio de dados requer o desenvolvimento de novas ferramentas de visualização e de aprendizado de máquina, trazendo desafios importantes para o campo da ciência de dados esportivos.”
O professor ressalta, ainda, que a realidade dos esportes eletrônicos (e-Sports) também está começando a mudar em função do acesso a uma crescente avalanche de dados. Por isso, durante a palestra, Silva também explicará quais são as novas abordagens para analisar dados diretamente de vídeos e as novas técnicas de avaliação de jogadores.
A abertura da Aula Magna ficará a cargo da diretora do ICMC, professora Maria Cristina Ferreira de Oliveira. Já a mediação do evento será realizada pelo professor Gustavo Nonato, que encaminhará ao professor Cláudio Silva as questões enviadas pelo público via chat.
ICMC 50 anos Criado oficialmente por um decreto publicado em 31 de dezembro de 1971, o ICMC completa este ano 50 anos de existência. A Aula Magna faz parte do calendário comemorativo dos 50 anos do ICMC, que conta com patrocínio exclusivo do Santander.
As comemorações terão início este ano e vão se estender até dezembro de 2022. Para iniciar as celebrações, foi criada uma identidade visual, que é composta por um logo oficial alusivo ao cinquentenário, um selo comemorativo e o mote: “Reconhecendo o passado e projetando o futuro”.