Uma tradição que vem desde a criação da igreja católica, e em São Carlos, foi planejada desde 1948, quando a atual Catedral começou a ganhar vida. Bem embaixo da capela do Santíssimo, em um espaço de paredes brancas e uma pequena “capela”, foi construída a cripta, espaço reservado para o sepultamento de bispos que passaram pela Diocese.
O pároco da igreja, Padre Sandro Portela, relembra que a prática de sepultar bispos nas criptas que ficavam dentro das igrejas vem desde o início da história da igreja, e que naquele tempo também eram enterradas nestes espaços pessoas consideradas ilustres.
Hoje, a cripta da Catedral conta com quatro bispos sepultados. Um quinto, Dom Joviano, foi bispo de São Carlos por cerca de 10 anos, mas depois foi transferido para Ribeirão Preto e sepultado por lá.
“Também temos enterrado aqui o Padre Luiz Cechinato, que foi padre durante muitos anos aqui na Catedral e foi sepultamento na cripta quando faleceu. Foi uma exceção pelos trabalhos prestados na nossa igreja”, contou.
Confira abaixo a história dos bispos que estão sepultados na cripta:
Primeiro Bispo da Diocese de São Carlos: Dom José Marcondes Homem de Mello
- Nascido em 1860, Dom José Marcondes foi transferido para a Diocese de São Carlos em 9 de agosto de 1908, onde ficou por cerca de 30 anos e criou 14 paróquias em cidades da região.
- O bispo morreu em 15 de outubro de 1937, em São Paulo, mas seu corpo foi trazido para a cidade e sepultado na cripta. Na cidade, foi fundador da paróquia construída no distrito de Santa Eudóxia.
Segundo Bispo da Diocese de São Carlos: Dom Gastão Liberal Pinto
- Nascido em 22 de abril de 1884, em São Paulo, Dom Gastão assumiu suas funções como bispo coadjutor de São Carlos em 15 de outubro de 1937 e morreu no Palácio Episcopal, que fica na Rua 9 de julho, que ele mesmo comprara, no dia 24 de outubro de 1945.
- Em sua caminhada como bispo, Dom Gastão convocou o Sínodo Diocesano, realizou o 1º Congresso Eucarístico Diocesado e iniciou a construção do Seminário Diocesano. Além disso, também criou as paróquias Nossa Senhora do Carmo, em Araraquara, e Santo Antônio de Pádua, em São Carlos.
Terceiro Bispo da Diocese de São Carlos: Dom Ruy Serra
- Em 21 de fevereiro de 1948, o então vigário capitular foi eleito bispo diocesano de São Carlos pelo Papa Pio XII. Ele faleceu em 19 de setembro de 1986 e foi o grande responsável por construir a atual Catedral, começando também a construir o atual prédio da Cúria Diocesana e finalizando as obras do Seminário.
- Dom Ruy Serra também criou oito paróquias em cidades da região, e em São Carlos, criou as paróquias de Nossa Senhora de Fátima e Santa Isabel.
Quarto Bispo da Diocese de São Carlos: Dom Constantino Amstalden
- Dom Constantino foi nomeado por Papa Paulo VI em 11 de março de 1971 e faleceu em 14 de Fevereiro de 1997. Nesses anos de atuação ficou marcado por reformular o método de trabalho pastoral na diocese.
- Assim como os outros bispos, ele também criou outras paróquias nas cidades da região. Em São Carlos, foi responsável pela criação das paróquias de Nossa Senhora do Carmo e São Sebastião, além da paróquia de São Roque, no distrito de Água Vermelha.
Padre Luiz Cechinato, da Catedral de São Carlos
- Padre Luiz veio para ser pároco da Catedral Diocesana de São Carlos Borromeu em 1981, onde atuou por cerca de 20 anos e teve seu trabalho marcado, sendo administrado por toda a comunidade.
- O padre, também autor de 28 obras literárias, faleceu em 3 de abril de 2017, quando foi sepultado na cripta.
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