Na madrugada desta terça-feira (31) está prevista a “tempestade de meteoros”, que pode ser a maior das últimas décadas e deve clarear – ou não – o céu. Mas diferente de outros fenômenos que ocorreram neste ano, o Observatório Drietrich Schiel, da USP de São Carlos, não deve ter programação especial para a observação.
Segundo o observatório, não haverá eventos por causa da poluição luminosa que afeta o céu da região central e pelo horizonte noroeste ser bem obstruído. O comunicado foi publicado nas redes sociais.
Caso os amantes de astronomia decidam arriscar, segundo a Bramom, a observação pode ser feita sem nenhum tipo de instrumento óptico ou equipamento, basta desligar qualquer fonte de luz próxima, até mesmo os celulares, e procurar um local bem escuro, longe de grandes centros urbanos. A recomendação é que se observe a partir das 23h de hoje (30) e 3h de amanhã (31).
Uma opção para quem não quiser perder o fenômeno é acompanhar a live da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramom), que começa às 23h e terá comentários de especialistas da rede. (Clique e saiba mais)
O que é?
Segundo a rede, uma tempestade de meteoros é uma chuva de meteoros incomum, que apresenta um surto tão intenso, que é capaz de produzir milhares de meteoros por hora. Geralmente, as tempestades de meteoros são provocadas por densas nuvens de partículas ejetadas durante uma fragmentação de um cometa ou asteroide.
No caso da Tau Herculídeas, esse objeto é o Cometa 73P/Schwassmann-Wachmann, que se fragmentou em 1995, deixando dezenas de fragmentos maiores e uma densa trilha de partículas em sua órbita. Agora, na madrugada do dia 31 de maio, a Terra deve atravessar, pela primeira vez, essa nuvem de detritos, e isso deve gerar a tempestade de meteoros mais aguardada das últimas décadas.
“Como essa será nossa primeira passagem por essa trilha de detritos, é difícil prever a intensidade desse surto. Tudo vai depender do tamanho e da velocidade com que as partículas do cometa atingirão a atmosfera da Terra. Alguns estudos falam em 10 mil ou até 100 mil meteoros por hora em condições ideais de observação. Mas muitos cientistas preferem nem estimar essa taxa já que não dá para ter certeza nem mesmo de que essa tempestade vai realmente ocorrer”, escreveu Marcelo Zurita, astrônomo, astrofotógrafo e membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB).
No Brasil, segundo o astrônomo, moradores das regiões Norte e Centro-Oeste serão privilegiados com intensidade da chuva entre 30% e 50% das máximas esperadas. Para as outras regiões do país, a estimativa é entre 10% e 30%. Os melhores locais do planeta para acompanhar o fenômeno são a América Central e Estados Unidos, locais que podem chegar a receber 100 mil meteoros.