A participação de influenciadores digitais na campanha para que adolescentes tirem o título eleitoral fez com que o número de habilitados a votar em outubro desse um salto de fevereiro para março. O total de eleitores de 16 e 17 anos saltou 32%. São Carlos conta 189,8 mil eleitores.
O eleitorado adolescente já é o maior para a mesma época de ano eleitoral desde 2016. A comparação a cada dois anos é feita para “medir o pulso” do ânimo dos eleitores em comparecer às urnas para escolher os mandatários.
Nomes como Anitta, Whinderson Nunes e Larissa Manoela estão participando da “força-tarefa” para levar os mais jovens às urnas. O voto é desobrigado a adolescentes de 16 e 17 anos, mas incentivado pelas autoridades eleitorais, como exercício de cidadania e direito ao voto.
Entre fevereiro e março o número de adolescentes eleitores saltou de 750 para 989. Em outros meses de março os resultados foram menores: 981 em 2020, 808 em 2018 e 993 em 2016. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O crescimento do eleitorado jovem entre fevereiro e março de São Carlos supera a média nacional. No país a soma de adolescentes alistados passou de 830 mil para 1,05 milhão, alta de 26%.
No quadro nacional, no entanto, permanece a baixa participação dos adolescentes nas eleições. A percentagem de eleitores dentro da faixa etária é de 17%.
Voto como conquista de gerações
O direito ao voto custou vidas e luta contra o arbítrio em um passado não tão distante. Em 1986, o Brasil vivenciou a primeira eleição livre dos arbítrios da Ditadura Militar. Na ocasião, brasileiros foram às urnas escolher os representantes da Assembleia Nacional Constituinte, órgão que ficou incumbido de redigir a nova Constituição.
Durante o regime autocrático, os presidentes eram escolhidos de forma indireta. Entre 1964 e 1986, sob império do arbítrio, a população não teve voz na escolha dos ocupantes do cargo mais importante da nação. Dos cinco ditadores, três chegaram ao poder pelo Congresso Nacional e outros dois pelo Colégio Eleitoral. Em 1985, durante a reabertura, Tancredo de Almeida Neves foi escolhido presidente, de forma indireta. Ele morreu sem assumir a presidência.
Desde então, com a democracia, brasileiros de todas as partes do país tiveram voz ativa na escolha do presidente, governador e prefeito, além dos ocupantes dos legislativos. O processo de contagem de votos era demorado. O país vivia dias na expectativa de quem seria o mandatário máximo.
Em 1990, em pleito que inúmeros concorrentes dividiam espaço na cédula de papel, Fernando Collor de Mello foi escolhido o primeiro presidente democraticamente eleito desde 1960. Em 2002, na eleição que sagrou Luís Inácio Lula da Silva como presidente, a urna eletrônica foi a principal novidade. Com o processo digital foi possível conhecer os novos detentores de mandato horas após o encerramento da votação.
*Com informações de agências.